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Sistema via telefone não passa pelo BC
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a "cooperativa de laranjas" ser desvendada pela força-tarefa, o envio de dinheiro para o
exterior foi substituído pelo telefone e pelo fax, num sistema considerado mais sofisticado e difícil
de ser rastreado: o "Dolar-Cabo".
A operação que, segundo o jargão financeiro, define os parâmetros de compra e venda da moeda
usada na transferência direta para
o exterior ou do exterior via ordem de pagamento, é feita sem o
manuseio do dólar e não passa
pelo Banco Central.
Trata-se de um sistema de compensação internacional, cujos
únicos vestígios ficam nos computadores e documentos dos próprios banqueiros. O sistema funciona com dois caixas com valores disponíveis para a transação:
um no Brasil e outro no exterior.
"Imagine a quantidade de dinheiro que já tem fora do país.
Um doleiro do Rio, por exemplo,
tem US$ 1 milhão, US$ 2 milhões,
US$ 10 milhões fora do país. Se
um cliente quer remeter dinheiro
para o exterior, o doleiro não fará
nenhuma transição financeira, só
vai creditar o valor para o cliente
diretamente", disse o procurador
Vladimir Aras, de Foz do Iguaçu.
O crédito dessa operação é feita
por fax, telefone ou pela internet.
"Há o caminho inverso: o dinheiro que ficou com o doleiro no
Brasil será usado para aquele que
quer resgatar o dinheiro creditado no exterior", afirmou Aras.
O rastreamento da transação financeira ilegal fica limitado à quebra do sigilo telefônico ou a buscas e apreensões em escritórios
utilizados pelos doleiros.
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