São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

O meu primeiro

A votação do Orçamento de 2008, já muito atrasada, deve se transformar numa queda-de-braço entre governo e PSDB quando chegar ao plenário. Os tucanos, que prometiam obstruir caso não fosse retirado da peça um anexo de R$ 534 mi em emendas da Comissão de Orçamento, agora dependem da base aliada para resgatar R$ 224 mi destinados ao Rodoanel de José Serra, subtraídos em votação na comissão ontem.
O governo, em princípio, já concordou com um destaque que reponha os recursos, mas condiciona o cumprimento desse acerto à mudança de atitude dos tucanos. "Eles ficaram sem discurso para gritar contra as emendas", diz um líder da base na Câmara.

Comeram mosca. Só dois tucanos estavam na reunião da Comissão de Orçamento quando foi aprovado o destaque do deputado Giovani Queiróz (PDT-PA) que tirou os recursos do Rodoanel. O deputado Vanderlei Macris (SP) e o senador Cícero Lucena (AL) perceberam o desastre depois de consumado.

Bombeiros. Além de Lucena, ligaram para Serra na seqüência o presidente da comissão, José Maranhão (PMDB-PB), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Portas abertas. O novo presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Walter Pinheiro (PT-BA), defende a fusão Oi/Brasil Telecom. Para o deputado, o negócio se inscreve na tendência mundial de concentração do setor.

Tudo a ver. Pompeu de Mattos (PDT-RS), entusiasta do "não" no referendo do desarmamento, vai presidir a Comissão de Direitos Humanos. Apesar de não partilhar das idéias do colega, o vice tem nome sugestivo: Sebastião "Bala" Rocha (PDT-AP).

O amor é lindo... Aécio Neves aceitou convite de Patrus Ananias para participar, no próximo dia 12, da comemoração dos quatro anos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Será um tucano rodeado de petistas por todos os lados.

...em Minas. Aécio, que ontem recebeu Patrus e tenta conquistar o ministro para a idéia de uma aliança entre PT e PSDB na eleição em Belo Horizonte, recorre a uma frase do governador mineiro Milton Campos (1900-1972) para definir o clima da conversa: "Em Minas, sempre haverá um palmo de chão limpo onde dois homens de bem possam se encontrar".

Mãos à obra. Indicada para presidir a CPI dos Cartões, Marisa Serrano (PSDB-MS) se reuniu ontem com o consultor do Senado Dirceu Vieira Machado Filho, veterano de investigações. Quer que ele coordene o corpo técnico da comissão, que terá apoio do TCU, da PF e da Receita.

Hulk. A reação extremada de Maurício Rands (PE), que como líder do PT na Câmara tenta melar o acordo que permitirá ao PSDB presidir a CPI dos Cartões, surpreendeu o governo. "Ele é um conciliador. Deve ter alguém tocando fogo", aposta um ministro.

Desisto. Presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) anunciou que haveria sessões deliberativas, com corte de ponto, em todas as segundas. Depois de duas semanas sem quórum, jogou a toalha.

Corrente. Relator da Lei de Biossegurança na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) está mobilizando sociedades científicas e os partidos do bloquinho para que peçam uma audiência pública com os ministros do Supremo em busca de apoio às pesquisas com células-tronco embrionárias.

Outro endereço. A reclamação de alckmistas foi parar no diretório estadual, mas os e-mails enviados a militantes tucanos de São Paulo com a agenda do prefeito Gilberto Kassab (DEM) partiram do diretório municipal do PSDB.

Tiroteio

"Ele sai do choque de carros para o choque elétrico. Pra dar um grande curto-circuito é só questão de tempo."


Do senador HERÁCLITO FORTES (DEM-PI), comentando a indicação de Lívio Assis, afilhado de Jader Barbalho (PMDB) que antes dirigia o Detran do Pará, para a presidência da Eletronorte.

Contraponto

Conta outra

Quando está em Brasília, Paulo Maluf (PP-SP) costuma convidar colegas de Câmara para almoçar. Dias atrás, o agraciado foi Eduardo Gomes (PSDB-GO). À mesa, entre um assunto e outro, o tucano comentou:
-Tenho um amigo, o Edson, que te admira muito.
De imediato, Maluf pediu o número e sacou o celular:
-Olá, Edson, aqui quem fala é o Paulo Maluf-, disse o ex-prefeito, com a voz e o jeito de falar característicos.
A apresentação foi recebida com total silêncio, e depois dele veio o barulho do telefone sendo desligado.
Maluf guardou o celular, desanimado:
-Acho que ele não acreditou que era eu...


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