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Lupi tem "o comportamento mais republicano", diz Lula
Na opinião do presidente, acusações de favorecimento ao PDT são "bobagens"
Petista recorre a diferentes
tipos de repasses feitos pelo
Ministério do Trabalho para
dizer que pasta destinou
mais dinheiro ao PSDB
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A QUIXADÁ (CE)
Ao sair em defesa do ministro do Trabalho e presidente
nacional pedetista, Carlos Lupi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "bobagens" as recentes denúncias de
favorecimento do PDT em convênios realizados pela pasta.
Lula foi questionado sobre o
caso Lupi ontem, em Quixadá,
no interior do Ceará, em entrevista após evento de lançamento do novo programa do governo de combate à pobreza rural.
"[Considero] uma bobagem
[essas denúncias]. O ministro
Lupi mostrou [dados] pra imprensa ontem [anteontem]. Se
você pegar por partido político,
você vai perceber que [por
meio de recursos do FAT] o
PSDB recebeu R$ 102 milhões
nos convênios, porque tem São
Paulo e Minas Gerais. O PT recebeu acho que R$ 92 milhões
[na verdade, R$ 96 milhões],
outros partidos receberam R$
80 milhões", disse.
Existe uma diferença entre
convênios que repassam recursos do Ministério do Trabalho
para prefeituras e para governos estaduais e aqueles que são
feitos diretamente com as entidades privadas. São os convênios diretos com as entidades
que têm sido citados pela imprensa como tendo irregularidades e favorecimento ao PDT.
"Ele [Lupi] está mostrando o
comportamento mais republicano que um ministro tem
mostrado. Você não atende as
pessoas, você atende a população. É por isso que nos convênios que ele faz o PSDB aparece
como o partido que mais recebeu recursos."
Questionado se houve algum
tipo de favorecimento nos convênios assinados pelo ministro,
Lula respondeu, antes de encerrar a entrevista: "Não houve
favorecimento, senão o PSDB
não seria primeiro colocado".
A Folha noticiou que ao menos 12 convênios assinados pelo Ministério do Trabalho autorizaram a destinação de R$
50 milhões a entidades e pessoas ligadas ao PDT. Outra reportagem da Folha revelou
que entidade ligada à Força
Sindical (a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) pleiteava convênio
na pasta para recolocar mão-de-obra em São Paulo a um
custo quase 100% maior do que
o gasto pelo governo paulista.
Outra reportagem, do jornal "O
Globo", colocou como suspeita
a validade de convênio de R$
10,7 milhões entre o Ministério
do Trabalho e a DataBrasil.
Em entrevista anteontem,
Lupi negou todas as acusações
e disse que permanecerá nos
comandos da pasta e do PDT e
que recorrerá à Justiça nos casos em que sua "honra e dignidade" foram atingidas.
Ontem, indagado sobre o entendimento da Comissão de
Ética Pública da Presidência
segundo o qual, pelo fato de
acumular a presidência do PDT
com o cargo de ministro do
Trabalho, Lupi está sujeito a
conflito de interesse, Lula disse
que ainda não tomou uma decisão a respeito: "Ainda não discuti isso. Quando eu discutir
vocês vão ficar sabendo".
A Folha apurou que Lupi e
Lula conversaram anteontem à
noite e o presidente pediu para
o ministro deixar a presidência
do PDT -a fórmula seria uma
licença. A assessoria do ministro nega que eles tenham conversado sobre esse assunto.
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