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Comissão corta R$ 224 mi do Rodoanel de SP
Segundo parlamentares, houve confusão na hora de votar, mas verba será novamente incluída; senador telefona a Serra e o tranqüiliza
Deputado que fez destaque diz que custo do Rodoanel (R$ 40 milhões por km) "é alto demais'; promessa é pôr verba em votação na quarta
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma verba federal de R$ 224
milhões para o trecho sul do
Rodoanel em São Paulo foi eliminada ontem do Orçamento
de 2008 pela comissão do Congresso que analisou o assunto.
Governistas e oposicionistas
dizem que houve uma confusão
na hora de votar e que os recursos para o Rodoanel foram retirados por engano. A promessa é
incluir novamente a verba no
Orçamento na votação em plenário, na próxima quarta-feira.
A votação também tirou verba para várias obras do Judiciário, entre elas R$ 10 milhões
para a modernização da sede do
Supremo Tribunal Federal, R$
7,5 milhões para a sede do Conselho Nacional de Justiça, R$
9,5 milhões para o Tribunal Regional Federal da 1ª região e R$
40 milhões para a nova sede do
Tribunal Superior Eleitoral.
O presidente do TSE, Marco
Aurélio Mello, prevê prejuízos
administrativos: "Não me cabe
nenhuma atitude a não ser acatar a deliberação de nossos representantes, deputados e senadores. Se eles resolveram,
numa opção política, diminuir
o orçamento da Justiça Eleitoral, que se aguarde conseqüências quanto ao funcionamento
da própria máquina, de imediato e projetado no tempo".
Em todos os casos, a comissão analisou destaques supressivos (um mecanismo que exclui do texto a parte destacada)
do deputado federal Giovanni
Queiroz (PDT-PA). No caso do
Rodoanel, ele apresentou um
"destaque supressivo" da verba
em razão do custo por quilômetro -R$ 40 milhões. "É alto demais. Tem de ter uma explicação para isso, mas o governo federal não aceita discutir nada",
declarou Queiroz.
O governo paulista afirma
que o custo é alto por se tratar
de uma pista de mão dupla,
com oito faixas no total, além
de necessidade de construção
de túneis e remoção de casas.
Na hora da votação, o presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB), repetiu a fórmula em que pedia
aos que fossem favoráveis que
permanecessem com as mãos
abaixadas, enquanto os contrários levantariam os braços. De
maneira unânime, o plenário
permaneceu imóvel, achando
que estava votando favoravelmente ao relatório do deputado
federal José Pimentel (PT-CE),
que mantinha os recursos para
o Rodoanel. Na verdade, aprovaram o destaque de Queiroz.
Alertados, líderes do governo
e do PSDB assinaram requerimento para derrubar o destaque no plenário. "Os líderes do
governo não estavam na sala no
momento do encaminhamento. Nós nos comprometemos a
recompor essa verba", disse
Gilmar Machado (PT-MG).
Ontem o governador paulista
José Serra foi tranqüilizado por
telefone pelo presidente da Comissão de Orçamento, senador
José Maranhão (PMDB-PB),
que atribuiu o corte a um equívoco e se comprometeu a recompor o texto original. Serra
manifestou preocupação: "Espero que não [haja dificuldade
no plenário]. Houve até um
acordo por escrito nesse sentido. Seria um prejuízo imenso".
A retirada da verba ocorreu
um dia após o PSDB ter sido o
único partido a votar contra a
manutenção de R$ 534 milhões
em emendas "contrabandeadas" ao Orçamento por membros da comissão. O partido
quer obstruir a votação do Orçamento em plenário em protesto contra o "contrabando".
Tucanos não vêem o corte da
verba do Rodoanel como retaliação: "Foi um erro de votação,
uma confusão mesmo. Há um
entendimento entre todas as
bancadas sobre a necessidade
dessa obra", disse o deputado
Duarte Nogueira (PSDB-SP).
Colaborou CATIA SEABRA,
da Reportagem Local
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