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Severino põe em debate candidatura de parentes de chefes do Executivo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, Severino Cavalcanti
(PP-PE), criou na última quarta-feira uma comissão especial para
analisar um projeto que prevê o
fim da inelegibilidade para parentes do presidente da República,
governadores e prefeitos.
Hoje, a Constituição veda a candidatura, em uma mesma jurisdição, de parentes e cônjuges dos
integrantes do Executivo que possuam mandato eletivo.
Os gabinetes dos líderes partidários começaram a receber ofício assinado por Severino pedindo indicação de integrantes para a
comissão, que será composta por
31 titulares e 31 suplentes.
O projeto tem como objetivo alterar a Constituição e suprimir o
inciso 7º do parágrafo 14, que diz
o seguinte: "São inelegíveis, no
território de jurisdição do titular,
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
grau ou por adoção, do presidente
da República, de governador de
Estado ou Território, do Distrito
Federal, de prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição".
O argumento usado pelos defensores da proposta de alteração
é que com a instituição da reeleição para cargos do Executivo, em
1997, ficou sem sentido vedar a
candidatura do parente sob o argumento de que se tenta impedir
"o uso do Estado em favor de candidatos familiarmente ligados ao
chefe do Executivo". Isso porque,
com a reeleição, não há impedimento à candidatura do próprio
chefe do Executivo, que teria, em
tese, mais meios para se "utilizar
do Estado" na campanha. A Proposta de Emenda à Constituição
foi apresentada em 1999 pelo ex-deputado Leur Lomanto (BA) e
foi aprovado no final de 2004 na
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
(RANIER BRAGON)
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