São Paulo, terça-feira, 29 de março de 2005

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PELA TANGENTE

Severino critica Ministério Público por tentar exonerar parentes de deputados

"Eles têm de analisar a classe deles"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), reagiu com irritação ao questionamento sobre o pedido feito pelo Ministério Público para que o TCU (Tribunal de Contas da União) exonere seus parentes da Câmara: "Eles têm de analisar primeiro a classe deles", afirmou, em rápida entrevista.
Momentos depois, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que apoiará a tramitação de um projeto que acabe com o nepotismo, desde que isso valha para os três Poderes. Hoje só há restrição à prática no Judiciário.
Pelo menos oito parentes seus foram contratados sem concurso nos últimos anos pela Câmara. Severino defende a prática sob o argumento de que todos eles são qualificados e possuem "título universitário".
O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), que também teve oito parentes contratados pela Casa, e o senador Efraim Morais (PFL-PB), que teve dois, não comentam o caso.
O ouvidor da Câmara, Custódio Mattos (PSDB-MG), disse defender uma lei que proíba a prática, devido à resistência que ela encontra na sociedade, mas afirmou que a lupa não pode ser direcionada apenas ao Legislativo, que estaria sofrendo uma "execração exagerada".
Ele lembrou que mulheres de ministros também estão em cargos de confiança no Executivo, como é o caso da mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, diretora financeira da Itaipu. "Temos de discutir o seguinte: É correto a mulher de um deputado que militou a vida toda com ele trabalhar no gabinete? É correto a mulher de um ministro trabalhar em cargo de confiança no Executivo?," disse.


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