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PELA TANGENTE
Severino critica Ministério Público por tentar exonerar parentes de deputados
"Eles têm de analisar a classe deles"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), reagiu com irritação ao questionamento sobre o pedido feito pelo
Ministério Público para que o
TCU (Tribunal de Contas da
União) exonere seus parentes
da Câmara: "Eles têm de analisar primeiro a classe deles", afirmou, em rápida entrevista.
Momentos depois, por meio
de sua assessoria de imprensa,
disse que apoiará a tramitação
de um projeto que acabe com o
nepotismo, desde que isso valha
para os três Poderes. Hoje só há
restrição à prática no Judiciário.
Pelo menos oito parentes seus
foram contratados sem concurso nos últimos anos pela Câmara. Severino defende a prática
sob o argumento de que todos
eles são qualificados e possuem
"título universitário".
O corregedor da Câmara, Ciro
Nogueira (PP-PI), que também
teve oito parentes contratados
pela Casa, e o senador Efraim
Morais (PFL-PB), que teve dois,
não comentam o caso.
O ouvidor da Câmara, Custódio Mattos (PSDB-MG), disse
defender uma lei que proíba a
prática, devido à resistência que
ela encontra na sociedade, mas
afirmou que a lupa não pode ser
direcionada apenas ao Legislativo, que estaria sofrendo uma
"execração exagerada".
Ele lembrou que mulheres de
ministros também estão em cargos de confiança no Executivo,
como é o caso da mulher do ministro do Planejamento, Paulo
Bernardo, diretora financeira da
Itaipu. "Temos de discutir o seguinte: É correto a mulher de
um deputado que militou a vida
toda com ele trabalhar no gabinete? É correto a mulher de um
ministro trabalhar em cargo de
confiança no Executivo?," disse.
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