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JANIO DE FREITAS
O escolhido
O novo ministro da Previdência, o ex-pefelista, ex-peperrista, ex-peessedebista e
atual peemedebista-petista Romero Jucá, vai tirar o governo
Lula do marasmo. Se não pelo
que faça, pelo que já fez para o
preenchimento da sua folha de
serviços públicos e privados. Só
depende de pequenas colaborações.
Um exemplo: o novo guardião
das dezenas de bilhões da Previdência foi condenado por unanimidade pelo TRE de Roraima,
em 94, por práticas que o procurador Franklin Costa definiu
como transgressões à ética e à
moralidade quando Jucá acabava de se fazer eleito senador.
É uma história com pormenores
interessantes, que levou até a retirada do ar da TV Educativa
Macuxi, por ser parte das fraudulências do processo eleitoral,
ao que concluiu o TRE.
A bem da verdade, o atual ministro não estava sozinho no
empreendimento. Tanto que
seus companheiros de êxito eleitoral, a senadora Marluce Pinto
e seu marido, o governador Otomar Pinto, foram igualmente
condenados pela Justiça de Roraima.
Mas nem só de processo eleitoral se ilustra agora o governo.
Há uma semana, Adriana Vasconcelos e Evandro Éboli lembravam, no "Globo", "um processo que corre em sigilo de Justiça no Supremo Tribunal Federal há mais de cinco anos". Nada como o sigilo para proteger a
tranqüilidade de uma gaveta do
STF. Antes do silêncio forçado e
protetor, porém, houve barulho
suficiente sobre um processo de
desvio de verbas públicas e sobre
os envolvidos.
A crônica da passagem de Romero Jucá pela direção da Funai é mais variada e mais longa
do que os casos a que tem dado
soluções satisfatórias nas instâncias judiciais de Brasília. É
um capítulo rico na história da
apropriação de terras por fazendeiros em áreas indígenas.
Com a constatação de que Romero Jucá deu, como garantia
de uma dívida de R$ 18 milhões,
sete fazendas inexistentes, Rubens Valente, da Folha, demonstra que o novo ministro
não atua só no setor público,
tem iniciativas também como
empreendedor privado. Sem
exagero, claro. Os milhões garantidos pelo vento saíram do
cofre de um banco público.
O meio ano de fermentação
da "reforma ministerial" foi para resultar em Romero Jucá na
Previdência, já que Paulo Bernardo dentro ou fora do Planejamento dá no mesmo para o
Planejamento. Os próximos meses prometem ao governo fermentação maior. Com a colaboração não só de jornais mas do
Ministério Público.
Para fora
A venda (ou "venda") da Varig a estrangeiros tem entusiastas na Fazenda.
Talvez por isso, a cada hipótese de fórmula surgida, nos últimos dois anos, para solucionar
os problemas da empresa, o primeiro contravapor saiu da Fazenda, ainda que tornado público por outra via do governo.
Como parece impossível a saída
perfeita, capaz de criar satisfação unânime nas partes, os vetos têm sido fáceis. E as hipóteses internas se reduzem.
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