|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alckmin cortará juros, diz Mendonça
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros afirma
que o PT "usurpou" os avanços
econômicos produzidos durante
o governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002) e "instalou
um software pirata" para administrar a economia brasileira.
Em palestra para uma audiência
tucana no ISD (Instituto Social
Democrata), Mendonça de Barros se apresentou como um dos
principais articuladores do projeto econômico para um eventual
governo Geraldo Alckmin.
Na base do projeto está uma
combinação de juro menor, exportações robustas, rigoroso controle das contas públicas, mais
crescimento e menos impostos.
"Temos a oportunidade de dar à
sociedade uma versão mais atualizada do software que construímos", disse o ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do
BNDES na gestão FHC. Para ele, o
"software pirata" petista corresponde ao fato de o governo ter
"preservado o modelo" FHC sem
"perceber que o mundo mudou".
O economista diz que hoje inexiste o principal impedimento
que constrangeu o crescimento
nos anos FHC -o déficit nas
transações correntes. O termo designa o resultado das transações
comerciais do país com o mundo,
mais os serviços e transferências
unilaterais. Ele reflete a quantia,
em dólares, que falta ao governo
para quitar seu saldo negativo.
Nos anos FHC, o Brasil rodou
deficitário nessa conta e manteve
os juros elevados para atrair dólares de investidores internacionais.
Hoje, com saltos substanciais nas
exportações, o país tem superávit
na conta de transações correntes.
O economista admite que seu
partido perdeu a eleição de 2002
para o PT devido a uma "performance econômica fraca". Atribuiu o desempenho às três crises
internacionais nos anos FHC
(México, Ásia e Rússia) e ao fato
de a gestão ter se ocupado em
"preparar a economia para o grau
atual de abertura, com controle
da inflação e privatizações".
"O novo coração do Brasil é
uma balança de pagamentos com
superávit, que permite ter uma taxa de juros infinitamente inferior.
O PT não percebeu essa transição." Ele acredita que o Brasil
possa crescer 5% ao ano por "longo período". "Os tucanos têm direito a se beneficiar das mudanças
que fizeram." Ainda diz que, nesse novo patamar de crescimento,
o país precisará de uma reforma
constitucional para desvincular as
receitas de despesas obrigatórias,
para que os gastos não se convertam em pressões inflacionárias.
Sua proposta é congelar os gastos obrigatórios (exceto Previdência) em "nível elevado" para permitir que a União gaste livremente o que for arrecadado a mais ou
para que corte impostos.
Texto Anterior: Outro lado: Governo paulista nega ingerência em licitações Próximo Texto: Eleições 2006/São Paulo: Candidato, Serra monta equipe de campanha Índice
|