São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

Tucano, que disputará o governo de São Paulo, deve anunciar oficialmente hoje sua renúncia ao cargo de prefeito da capital

Candidato, Serra monta equipe de campanha

CATIA SEABRA
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora o anúncio de sua candidatura só esteja previsto para hoje -com o envio de seu pedido de renúncia à Câmara Municipal-, o prefeito de São Paulo, José Serra, já começou a montar sua equipe para a campanha ao governo do Estado. Serra convidou seu secretário particular, José Henrique Lobo, para a coordenação-geral da campanha -função que já exerceu em 2004.
Segundo tucanos, outra opção para a coordenação-geral seria seu secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira. Mas essa não é a fórmula ideal para Serra. Na prefeitura, cresce a pressão para que Aloysio fique no cargo para que, de lá, costure apoio à candidatura. Uma proposta é que venha a se engajar formalmente na campanha no segundo semestre. Outra é que fique até a montagem de um governo Serra.
Além de estratégica para a candidatura de Serra, a permanência de Aloysio agrada ao vice-prefeito Gilberto Kassab. Para os tucanos, não há dúvidas de que Aloysio ocupará um cargo num eventual governo Serra, especialmente se abrir mão da candidatura à Câmara em favor do prefeito.
Atendendo a orientação da assessoria jurídica do PSDB, Serra deverá enviar hoje mesmo à Câmara o pedido de renúncia. Pelo rito, ela deve ser lida amanhã em plenário, sendo publicada no Diário Oficial na sexta-feira. Para evitar contratempos, o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, deverá enviar seu pedido à Assembléia com a mesma antecedência.
Os tucanos dão como praticamente certa a contratação de Luiz Gonzales para a área de comunicação da campanha. Tanto Gonzales como Lobo são cotados também para a coordenação da campanha de Alckmin.
No domingo, o próprio Alckmin convidou Lobo para a coordenação-executiva da campanha. Argumentando que prefere atuar apenas em São Paulo, Lobo teria concordado em ajudar na campanha, mas sem assumir necessariamente a função. Procurado pela Folha, Lobo não foi encontrado.

Palocci
Ontem, Serra disse que a saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda "é um prejuízo para o governo Lula".
"É inegável que Palocci deu uma boa contribuição para a estabilidade da economia. Se o PT surpreendeu na economia, não tenho dúvidas de que isso se deve ao Palocci", afirmou Serra.
O tucano aproveitou o questionamento sobre a saída do ministro para fazer críticas à política econômica do governo federal.
"[Houve] muitos equívocos na política econômica, pelo menos no tocante à área de juros e de câmbio. Mas é inegável que na parte fiscal seguiu-se uma política de responsabilidade, que foi inicialmente implantada no país pelo PSDB, durante o governo [do ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso."


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