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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Previsão do tempo
Os partidos beneficiados com a decisão do Tribunal
Superior Eleitoral segundo a qual o mandato pertence à sigla, e não ao parlamentar, calculam partir de um
piso de pelo menos quatro votos favoráveis à sua causa na eventualidade de a matéria chegar ao Supremo.
Seriam os dos três ministros do TSE com assento no
STF -Marco Aurélio Mello, Carlos Ayres de Britto e
Cezar Peluso- e o de Celso de Mello, que num caso
anterior manifestou concordância com essa tese.
Na contramão do otimismo, especialistas em direito eleitoral avaliam que, ainda que o Supremo endosse o modelo de fidelidade partidária aprovado pelo
TSE, não faltam meios para o Congresso se livrar da
amarra imposta pela Justiça Eleitoral, como fez, em
2006, para derrubar a verticalização das alianças.
Zona. Nenhum partido era
capaz de dizer, ontem, quantos serão seus deputados com
a decisão do TSE. Isso porque,
caso os suplentes sejam chamados, podem ser beneficiadas outras legendas das coligações, e não as próprias siglas que perderam filiados.
Roadshow 1. Enquanto
petistas em geral gritam contra a política de "porteira fechada" nos ministérios comandados por aliados, Ricardo Berzoini toma providências. O presidente da sigla tem
ido de pasta em pasta para reivindicar o quinhão do PT.
Roadshow 2. Sentado em
cadeira que já foi do PT, um
neoministro recebeu a visita
de Berzoini e impressionou-se com sua organização. O
presidente colocou sobre a
mesa uma folha de papel enumerando os cargos que o partido pretende manter, bem
como as novas posições que
gostaria de ganhar na pasta.
Empreendedor. À diferença de correligionários que
ficaram sem mandato, Zeca
do PT disse que não quer cargo em Brasília. O ex-governador de Mato Grosso do Sul
contou a aliados que fará consultoria para empresas com
José Dirceu, preferencialmente na área de biodiesel.
Nem moeda. Ao desembarcar segunda-feira no aeroporto de Teresina, Dirceu se
declarou sem fundos até mesmo para pagar um café. Apiedado, um repórter da TV local
ofereceu-lhe a bebida.
Docinho. O novo ministro
do Desenvolvimento, Miguel
Jorge, fez carreira em São
Paulo, mas nasceu em Minas,
onde buscou inspiração para
presentear Lula antes de assumir o cargo. Deu ao presidente uma goiabada cascão de
Ponte Nova, sua cidade natal.
Sem intermediários. O
novo arcebispo de São Paulo,
d. Odilo Scherer, foi pessoalmente ontem ao Itamaraty
para conhecer a equipe que
cuida da visita do papa.
Tribos 1. De olho no eleitorado jovem, o presidente do
Democratas, Rodrigo Maia,
lançará um blog logo depois
da Páscoa, quando também
será inaugurada a sede do partido no Second Life, ambiente
virtual onde os "habitantes"
podem interagir e debater.
Tribos 2. José Carlos Aleluia cunhou o apelido "democras" para os integrantes do
partido rebatizado. Já Paulo
Bornhausen chamava os novos comandantes da sigla de
"DJs": "democratas jovens".
Gracinha. O hit da convenção do Democratas foi um jornal do Rio Grande do Norte
que trazia na capa foto do líder do partido no Senado, José Agripino (RN), dando um
"selinho" na apresentadora
Hebe Camargo. Houve quem
ameaçasse levar o caso ao
Conselho de Ética do partido.
Pós-dossiê. Adversários renhidos em 2006, José Serra
(PSDB) e Aloizio Mercadante
(PT) jogam do mesmo lado
para derrubar a proposta que
cria as zonas de processamento de exportação, as ZPEs.
Ontem, o presidente tucano,
Tasso Jereissati, favorável à
medida, ironizava a súbita
aliança dos rivais.
Tiroteio
"Lula está de brincadeira. Se nem os vôos têm
mais dia e hora para decolar no Brasil, imagine
se é possível dizer quando a crise vai acabar".
Do senador DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO) sobre o presidente Lula,
que anteontem exigiu de seus subordinados "dia e hora" para o término da situação de caos nos aeroportos, que já dura seis meses.
Contraponto
Edição extraordinária
Na reta final da CPI dos Correios, Osmar Serraglio
(PMDB-PR) vivia momentos de tensão, com medo de que
trechos de suas conclusões vazassem para a imprensa.
Ciente do estado de espírito do relator, Gustavo Fruet
(PSDB-PR) fez circular, entre os integrantes da comissão,
o rumor de que o documento já estaria em poder dos jornalistas. Ao encontrar Serraglio no plenário, fez suspense:
-Acabo de assistir ao "Jornal Nacional". Você sabe o
que o apresentador disse no final?
-Me conte, me conte!- pediu, em pânico, o relator.
-Ele olhou bem para a câmera e falou... "boa noite"!
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