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Decisão do TSE recebe a aprovação de Lula
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa linha contrária aos líderes de partidos aliados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou ontem ter aprovado a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de impor a fidelidade partidária aos políticos eleitos pelo Legislativo.
Em conversas com interlocutores, ele disse que a medida é o
primeiro passo para aprovar no
Congresso um modelo de reforma política que defende.
Para o presidente, dizem interlocutores, o troca-troca partidário é um "absurdo". Além
da fidelidade partidária, fortalecida anteontem pela determinação do TSE, Lula defende o
financiamento público das
campanhas eleitorais.
O ânimo do petista se justifica pelo fato de a decisão não
prejudicar diretamente a montagem de sua base de apoio no
Congresso. Desde a eleição de
outubro, dos 513 deputados,
apenas 37 deixaram suas siglas
de origem e já constam como
integrantes de outras legendas.
Coordenador político do Palácio do Planalto, o recém-empossado ministro Walfrido Mares Guia disse, por meio de sua
assessoria de imprensa, que a
determinação do tribunal de
frear o troca-troca de deputados não afetará a base aliada no
Congresso. Segundo ele, a decisão do TSE "deve ser acatada".
Não é isso, entretanto, o que
pensam os líderes dos partidos
aliados ao governo no Congresso. Ontem, em almoço em seu
gabinete, Walfrido conversou
com o líder do governo na Câmara, deputado José Múcio
(PTB-PE), e todos os demais vice-líderes de legendas aliadas.
Na conversa com o coordenador político do governo, todos prometeram recorrer da
decisão do TSE, via direção de
seus partidos.
Já o vice-presidente da República, José Alencar, sinalizou
ter aprovado a decisão do TSE.
Segundo ele, trata-se de um
primeiro passo para a reforma
política a ser aprovada no Congresso. "Eu sempre fui muito a
favor que se prestigiem os partidos. Precisamos da reforma
política, e ela colocará termo
em tudo isso que acontece no
país (...) Precisamos de uma reforma política para evitar coisas desse tipo [troca-troca partidário]", disse Alencar, em entrevista no Palácio do Planalto.
O presidente nacional da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), Cezar Britto, após encontro com Lula no Planalto,
disse ter aprovado a decisão do
tribunal. "Nós manifestamos
opinião favorável à decisão do
TSE, compreendemos que tem
que ter fidelidade partidária e
ela é auto-aplicável", afirmou o
presidente da entidade.
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