São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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Decisão do TSE recebe a aprovação de Lula

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa linha contrária aos líderes de partidos aliados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou ontem ter aprovado a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de impor a fidelidade partidária aos políticos eleitos pelo Legislativo.
Em conversas com interlocutores, ele disse que a medida é o primeiro passo para aprovar no Congresso um modelo de reforma política que defende.
Para o presidente, dizem interlocutores, o troca-troca partidário é um "absurdo". Além da fidelidade partidária, fortalecida anteontem pela determinação do TSE, Lula defende o financiamento público das campanhas eleitorais.
O ânimo do petista se justifica pelo fato de a decisão não prejudicar diretamente a montagem de sua base de apoio no Congresso. Desde a eleição de outubro, dos 513 deputados, apenas 37 deixaram suas siglas de origem e já constam como integrantes de outras legendas.
Coordenador político do Palácio do Planalto, o recém-empossado ministro Walfrido Mares Guia disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a determinação do tribunal de frear o troca-troca de deputados não afetará a base aliada no Congresso. Segundo ele, a decisão do TSE "deve ser acatada".
Não é isso, entretanto, o que pensam os líderes dos partidos aliados ao governo no Congresso. Ontem, em almoço em seu gabinete, Walfrido conversou com o líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE), e todos os demais vice-líderes de legendas aliadas.
Na conversa com o coordenador político do governo, todos prometeram recorrer da decisão do TSE, via direção de seus partidos.
Já o vice-presidente da República, José Alencar, sinalizou ter aprovado a decisão do TSE.
Segundo ele, trata-se de um primeiro passo para a reforma política a ser aprovada no Congresso. "Eu sempre fui muito a favor que se prestigiem os partidos. Precisamos da reforma política, e ela colocará termo em tudo isso que acontece no país (...) Precisamos de uma reforma política para evitar coisas desse tipo [troca-troca partidário]", disse Alencar, em entrevista no Palácio do Planalto.
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, após encontro com Lula no Planalto, disse ter aprovado a decisão do tribunal. "Nós manifestamos opinião favorável à decisão do TSE, compreendemos que tem que ter fidelidade partidária e ela é auto-aplicável", afirmou o presidente da entidade.


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