São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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Governo de SP estuda vender ações de empresa energética

Área técnica do Estado prepara proposta de privatização que será submetida a Serra

Com a disposição da gestão tucana de manter as ações da Nossa Caixa, Cesp é a companhia paulista passível de venda a curto prazo


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo estuda a venda das ações da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). A cargo de sua equipe técnica, a proposta deverá ser submetida ao governador José Serra (PSDB) ainda neste ano.
Só após receber o estudo, Serra tomará sua decisão política. Segundo membros do governo, se confirmada a operação, ainda não está definido nem qual seria o modelo: privatização da companhia ou venda das ações excedentes ao controle acionário do Estado.
Mas, com a disposição do governo de manter as ações do banco Nossa Caixa, a Cesp é a companhia do Estado passível de venda a curto prazo. Atribuindo a cifra a rumores do mercado, integrantes da equipe econômica avaliam em mais de R$ 3 bilhões o seu valor.
Apesar de o nome da Cesp não estar expresso no texto, a hipótese de venda de suas ações estava prevista na proposta orçamentária enviada pelo governo passado à Assembléia Legislativa. O Orçamento do Estado prevê a arrecadação de R$ 1,4 bilhão com "alienação de bens".
Como, no ano passado, quando a proposta foi enviada, as ações da Nossa Caixa estariam vendidas, não fosse o pedido de Serra para que a operação fosse suspensa, técnicos da Fazenda afirmam que a "alienação de bens" se referia à Cesp.
Além disso, o secretário de Fazenda, Mauro Ricardo Costa, disse, na terça-feira, que a venda das ações da Nossa Caixa está "fora de questão". A idéia, afirmou, é colher os resultados do banco, que pagará R$ 2,084 bilhões para efetuar, com exclusividade, o pagamento dos servidores do Estado.
De acordo com tucanos, Serra não descarta a venda de ações da Cesp. Mas a arrecadação dos R$ 2,084 bilhões com a venda da folha de pagamento para o Banco Nossa Caixa dispensaria pressa na decisão.
Mas, segundo tucanos, mais do que um esforço de arrecadação, a venda demonstraria um perfil administrativo.
O Estado detém 95,30% do capital votante da Cesp, além de 17,99% das ações preferenciais. Segundo balanço da última terça, a CESP reduziu em 26,7% a sua dívida bruta, passando de R$ 10,275 bilhões em 2005 para R$ 7,535 bi em 2006.
A reestruturação também aconteceu graças à venda do controle acionário da CTEEP (companhia de transmissão) em junho do ano passado. A operação permitiu o aporte de R$ 1,2 bilhão para o aumento do capital da companhia. Ano passado, o lucro operacional da Cesp foi de R$ 813 milhões.


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