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Governo de SP estuda vender ações de empresa energética
Área técnica do Estado prepara proposta de privatização que será submetida a Serra
Com a disposição da gestão tucana de manter as ações da Nossa Caixa, Cesp é a companhia paulista passível de venda a curto prazo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo estuda a venda das ações da Cesp
(Companhia Energética de São
Paulo). A cargo de sua equipe
técnica, a proposta deverá ser
submetida ao governador José
Serra (PSDB) ainda neste ano.
Só após receber o estudo,
Serra tomará sua decisão política. Segundo membros do governo, se confirmada a operação, ainda não está definido
nem qual seria o modelo: privatização da companhia ou venda
das ações excedentes ao controle acionário do Estado.
Mas, com a disposição do governo de manter as ações do
banco Nossa Caixa, a Cesp é a
companhia do Estado passível
de venda a curto prazo. Atribuindo a cifra a rumores do
mercado, integrantes da equipe
econômica avaliam em mais de
R$ 3 bilhões o seu valor.
Apesar de o nome da Cesp
não estar expresso no texto, a
hipótese de venda de suas ações
estava prevista na proposta orçamentária enviada pelo governo passado à Assembléia Legislativa. O Orçamento do Estado
prevê a arrecadação de R$ 1,4
bilhão com "alienação de bens".
Como, no ano passado, quando a proposta foi enviada, as
ações da Nossa Caixa estariam
vendidas, não fosse o pedido de
Serra para que a operação fosse
suspensa, técnicos da Fazenda
afirmam que a "alienação de
bens" se referia à Cesp.
Além disso, o secretário de
Fazenda, Mauro Ricardo Costa,
disse, na terça-feira, que a venda das ações da Nossa Caixa está "fora de questão". A idéia,
afirmou, é colher os resultados
do banco, que pagará R$ 2,084
bilhões para efetuar, com exclusividade, o pagamento dos
servidores do Estado.
De acordo com tucanos, Serra não descarta a venda de
ações da Cesp. Mas a arrecadação dos R$ 2,084 bilhões com a
venda da folha de pagamento
para o Banco Nossa Caixa dispensaria pressa na decisão.
Mas, segundo tucanos, mais
do que um esforço de arrecadação, a venda demonstraria um
perfil administrativo.
O Estado detém 95,30% do
capital votante da Cesp, além
de 17,99% das ações preferenciais. Segundo balanço da última terça, a CESP reduziu em
26,7% a sua dívida bruta, passando de R$ 10,275 bilhões em
2005 para R$ 7,535 bi em 2006.
A reestruturação também
aconteceu graças à venda do
controle acionário da CTEEP
(companhia de transmissão)
em junho do ano passado. A
operação permitiu o aporte de
R$ 1,2 bilhão para o aumento
do capital da companhia. Ano
passado, o lucro operacional da
Cesp foi de R$ 813 milhões.
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