da Agência Folha, em Banzaê (BA)

Dois líderes indígenas - Lázaro Gonzaga de Souza e Manoel Cristóvão Batista- disputam há seis anos o comando da tribo dos quiriris. A disputa de poder entre os dois índios já provocou seis mortes e deixou 14 pessoas feridas. O último confronto aconteceu em janeiro.
Índios que pertencem à facção comandada por Lázaro Gonzaga de Souza foram acusados de matar um integrante do grupo de Manoel Cristóvão Batista. Outros dois índios ficaram feridos no confronto.
Os dois líderes disputam o poder na ocupação dos povoados de Banzaê. Batista controla mais povoados ocupados do que Souza.
Ele também lidera um contingente maior de índios: 800, contra os 550, que seguem a orientação de Souza.
Os índios decidiram expulsar as famílias que moram em suas terras. A reserva foi demarcada em 82. Como não houve indenização, as famílias de não-índios continuaram na área. Eles decidiram retirar à força os posseiros. As terras da reserva ocupam 75% do município de Banzaê.
Na sexta-feira, a Funai anunciou a liberação de uma verba emergencial de R$ 2 milhões para iniciar a indenização aos não-índios.
A antropóloga Sheyla Brasileiro, 34, disse que os dois líderes dificilmente vão chegar a algum acordo sobre a divisão das terras. "Existe muito radicalismo e ninguém quer perder espaço para o outro."
Para evitar um confronto entre as duas facções, estão na reserva indígena de Banzaê 60 soldados da Tropa de Choque da Polícia Militar, 40 policiais federais e 25 integrantes do Exército.
Líder
Líder indígena desde 1972, Lázaro Gonzaga de Souza disse que sua facção vai continuar em territórios ocupados pela Funai em Banzaê. Souza disse também que aceita fazer um acordo com Manoel Cristóvão Batista, líder da outra facção, desde que seja mantido na liderança.
"Tenho mais tempo de liderança do que ele e estou lutando para que as nossas reivindicações sejam atendidas. Índio é um princípio sagrado. Somos justos até com os nossos inimigos.



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