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MILITARES
Aumento de recrutas deve custar R$ 239 mi
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plano de dobrar para 100 mil
o contingente de recrutas no serviço militar deve custar ao governo R$ 239 milhões a mais até o final do ano. O valor não sairá do
orçamento do Ministério da Defesa -em torno de R$ 4,1 bilhões
para custeio e investimentos-,
mas deverá ser repassado por
meio de crédito suplementar.
A decisão foi tomada na semana
passada em reunião ministerial
com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, mas não foi unânime, especialmente pelos custos que trará. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, por exemplo,
apresentou resistência à idéia.
Em visita na segunda à fábrica
da Daimler Chrysler, em São Bernardo do Campo (ABC paulista),
Lula anunciou a intenção de dobrar o número de recrutas. O objetivo, disse, é ajudar a evitar que
os jovens, principalmente dos
centros urbanos e das classes mais
baixas, caiam na criminalidade.
O governo gasta R$ 400 ao mês
por recruta. São R$ 153 de soldo,
mais alimentação, farda, transporte e educação gratuitos -um
gasto de R$ 20 milhões ao mês dos
atuais 50 mil soldados. A estimativa é que, por incluir cursos profissionalizantes, o gasto por recruta
ultrapasse os R$ 400 mensais no
novo projeto do governo.
No Planejamento, a estimativa é
de cerca de R$ 79 milhões para os
20 mil recrutas a mais já previstos
anteriormente e pouco mais de
R$ 160 milhões para os 30 mil
acrescentados na última semana.
No total, cerca de R$ 239 milhões.
Além de receber soldo e alimentação, o jovem poderá optar por
cursos profissionalizantes.
Os novos recrutas devem ser incorporados já em maio. As aulas
estão previstas para o segundo semestre. De acordo com o Ministério da Defesa, caso as 100 mil vagas não sejam completadas, jovens não alistados de 18 anos, preferencialmente de classes baixas,
poderão participar dos cursos como voluntários.
Colaborou ELIANE CANTANHÊDE, diretora da Sucursal de Brasília
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