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MÁQUINA PÚBLICA
Novos cargos geram disputa no governo Lula
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Luiz Inácio Lula da
Silva vai distribuir nas próximas
semanas pela Esplanada dos Ministérios cerca de 2.000 dos 2.797
cargos comissionados, cuja criação foi aprovada pelo Congresso.
Com remuneração de até
R$ 7.575, esses cargos são objeto
de intensa disputa nos bastidores
do governo, que já se arrasta há
mais de três meses.
"A pressão é horrível, os órgãos
demandam muito", disse o secretário-executivo-adjunto do Planejamento, Élvio Gaspar, que
acompanha as negociações para o
rateio dos cargos. Ele calcula que
os pedidos para preenchimento
imediato, encaminhados pelos
ministérios ao Planejamento, superam em cerca de 50% o limite
fixado pelo governo.
Em janeiro, com a reforma ministerial, Lula baixou medida provisória criando 2.797 cargos em
comissão (1.322) e funções gratificadas (1.475). Cargos em comissão dispensam concurso público
e têm remunerações que variam
de R$ 1.232 a R$ 7.575. Os valores
das gratificações são mais baixos:
de R$ 145 a R$ 245 por mês.
Embora a MP aprovada anteontem falasse que os cargos seriam
criados "para atendimento imediato", o governo deixou cerca de
700 cargos numa espécie de "reserva técnica", restando cerca de
2.000 para preenchimento imediato. Desde o início deste mandato, já foram autorizados concursos para contratar mais de 36
mil funcionários. Até o fim de
2004, concursos para 70 mil novas
vagas deverão ser autorizados.
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