São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Potencial de dano

A Operação Santa Teresa transformou o PDT e seu presidente regional, o deputado Paulo Pereira da Silva, no "aliado-problema" da eleição em São Paulo.
A suspeita de envolvimento de Paulinho num plano para atingir o correligionário Geraldo Vinholi, então secretário de Gilberto Kassab (DEM), é apenas a parte final de uma história que começou no início do ano passado, com pressões para que a prefeitura fechasse contratos de interesse de Paulinho e da Força Sindical. Segundo Vinholi, até o ministro Carlos Lupi (Trabalho) teria intercedido, em reunião num hotel paulistano, em novembro de 2007, para que as demandas do dirigente sindical fossem atendidas.



Não na frente... A ausência de Paulinho no ato de ontem dos partidos do "bloquinho", em São Paulo, foi avaliada pelos dirigentes do PSB e do PC do B como demonstração de que a pré-candidatura do deputado a prefeito ou a vice de alguém foi pelo ralo com a Operação Santa Teresa.

...das crianças. O apoio do PDT continua a ser disputado, mas desde que Paulinho permaneça na sombra.

Digestão. As siglas do "bloquinho", que em reunião esvaziada ontem fizeram declaração de fidelidade mútua na eleição paulistana, viram o assédio de Alckmin e Marta crescer desde a semana passada. E Kassab? "Esse está como cobra que engoliu boi. Farto", diz um dirigente do bloco em referência à aliança do prefeito com o PMDB, que lhe garantiu generoso tempo de TV.

Arquivo. Para ativar a memória dos covistas indignados diante do aliança Kassab-Quércia: em 1994, quando teve de encarar um segundo turno contra Francisco Rossi, o então candidato a governador Mário Covas pediu e obteve o apoio de Paulo Maluf.

Na disputa. A despeito do desejo da cúpula do PT da Bahia de ter Walter Pinheiro como candidato de consenso em Salvador, o também deputado Nelson Pellegrino lançou oficialmente sua pré-candidatura no fim de semana, reunindo mil militantes na capital, com presença de membros do governo Jaques Wagner.

Memória. A missa por um ano da morte do empresário Octavio Frias de Oliveira será realizada hoje, às 18h, na igreja de São José, no Jardim Europa, em São Paulo.

Eu prometo. Da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), sobre a pesquisa CNT/ Sensus: "A popularidade recorde do presidente explica o apoio ao terceiro mandato, mas nem ele nem o partido cairão nessa armadilha".

Dois estilos. O desempenho de Dilma Rousseff na pesquisa não acompanha o perfil dos que garantem a aprovação recorde de Lula. O presidente bomba no Nordeste, em cidades menores e entre os que recebem até um salário mínimo. Dilma se sai melhor nas cidades grandes, no eleitorado de nível superior e entre os que ganham mais de 20 mínimos -faixa em que chega a 19,6% das intenções de voto.

Solidária. A ministra da Casa Civil ligou dos EUA para o amigo Fernando Pimentel, dizendo-se "preocupada" com a decisão do PT de vetar a aliança com o PSDB em Belo Horizonte. Mas acrescentou ter ficado "aliviada" ao ler a entrevista em que Lula afirmou apoiar o acordo do prefeito com o governador Aécio Neves. Resta saber se o presidente fará algo a respeito.

Para nada. Os quatro portais detectores de metal adquiridos pelo Senado no ano passado continuam desativados, embora entulhem as entradas da Casa. Nas máquinas, os dizeres: "Em instalação".

Na rabeira. O PT de São Luís decidiu apoiar a candidatura do deputado Flávio Dino (PC do B) à prefeitura. O partido de Lula indicará o vice.

Tiroteio

O PMDB namorou o PSDB, noivou com o PT e se casou com o DEM. Os abandonados criticam porque, afinal, não existe quem fale bem do "ex".

Do deputado estadual JORGE CARUSO (PMDB) sobre os alckmistas, que, depois de tentarem sem sucesso obter o apoio de Quércia, passaram a condenar Kassab por ter se aliado ao ex-governador.

Contraponto

Discriminação

Em reunião ontem da Ordem dos Advogados do Brasil, os presidentes das seções estaduais discutiam a rejeição do Superior Tribunal de Justiça à lista de nomes indicados pela entidade para uma vaga no órgão. Já por duas vezes os ministros do STJ negaram quórum durante os encontros em que a questão seria discutida.
Em meio aos protestos dos advogados, o presidente da OAB de Minas Gerais, Raimundo Cândido, pediu a palavra e, em tom bem-humorado, disparou:
-O STJ resolveu se transformar num tribunal racista!
Diante da surpresa geral, Cândido explicou:
-É que agora ele só vota em branco!


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