São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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PT-BH cogita apoio informal a nome do PSB

Antes, porém, petistas vão tentar que direção do partido reveja decisão de vetar aliança com tucanos e recorrer à Justiça Eleitoral

Caso falhem tentativas de manter coligação, petistas mineiros irão deixar a chapa em torno de Lacerda, para a qual já indicaram o vice


VALDO CRUZ
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT de Belo Horizonte cogita, em último caso, não ter candidato na eleição municipal e apoiar informalmente Marcio Lacerda, do PSB, para o comando da prefeitura da capital mineira caso a Executiva Nacional não recue na proibição de aliança com o PSDB.
Esse é o cenário considerado extremo pela cúpula petista em BH na hipótese de fracassarem os dois passos anteriores: anular internamente a decisão da direção nacional do partido ou buscar sua revogação na Justiça Eleitoral. Ontem, a direção do PT repetiu que não voltará atrás e manterá a proibição.
O prefeito Fernando Pimentel ainda aposta, porém, na possibilidade de uma negociação. No domingo, depois da convenção que escolheu o petista Roberto Carvalho para ser vice de Lacerda, ele falou por telefone com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e agendou uma reunião para os próximos dias.
Pimentel disse a amigos que sua preocupação foi a de abrir caminho para um entendimento. Ele contou a Berzoini que, apesar do clima de confronto na convenção municipal, não houve formalmente nenhuma decisão que desrespeitasse a da Executiva, que proibiu coligação com o PSDB de Aécio Neves em torno de Lacerda.
No encontro, o PT de BH aprovou o nome de Roberto Carvalho para vice e uma moção de repúdio à decisão da direção do partido de vetar aliança com os tucanos. Pimentel avalia ter ao menos dois meses pela frente para buscar uma solução negociada antes de submeter oficialmente a coligação com o PSDB a uma convenção.
A data do encontro com Berzoini ainda não está acertada. Pimentel espera que a Executiva mude sua resolução, optando por dizer que as alianças na eleição devem ser feitas preferencialmente com os partidos da base, mas sem impedir a união com siglas da oposição.
Ontem, em Brasília, o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo, sinalizou que esse caminho não deve ser adotado. "É legítimo que quem não está de acordo com a decisão proteste, mas acho difícil que se reverta [o veto]. Precisa ficar claro que há apoios que podem não ser apoios e podem, no futuro, em vez de fortalecer, passar a idéia de rendição a outro projeto", disse.
Cardozo afirmou ainda que, como o PT-BH está recorrendo da decisão da Executiva, o diretório nacional terá que se reunir para discutir o assunto, mas disse não acreditar numa mudança de posição.
Aliados de Pimentel afirmam também que o PT-BH não vai recuar na escolha de Lacerda como candidato a prefeito. Lacerda é secretário de Desenvolvimento Econômico de Aécio e aliado de Ciro Gomes (PSB).
Caso não consiga reverter a proibição, a estratégia do PT municipal é deixar a vaga de vice, negociar com o PSB e o PSDB um outro nome para compor chapa com Lacerda e apoiá-lo informalmente.


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