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PT-BH cogita apoio informal a nome do PSB
Antes, porém, petistas vão tentar que direção do partido reveja decisão de vetar aliança com tucanos e recorrer à Justiça Eleitoral
Caso falhem tentativas de manter coligação, petistas mineiros irão deixar a chapa em torno de Lacerda, para a qual já indicaram o vice
VALDO CRUZ
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT de Belo Horizonte cogita, em último caso, não ter candidato na eleição municipal e
apoiar informalmente Marcio
Lacerda, do PSB, para o comando da prefeitura da capital mineira caso a Executiva Nacional
não recue na proibição de
aliança com o PSDB.
Esse é o cenário considerado
extremo pela cúpula petista em
BH na hipótese de fracassarem
os dois passos anteriores: anular internamente a decisão da
direção nacional do partido ou
buscar sua revogação na Justiça Eleitoral. Ontem, a direção
do PT repetiu que não voltará
atrás e manterá a proibição.
O prefeito Fernando Pimentel ainda aposta, porém, na possibilidade de uma negociação.
No domingo, depois da convenção que escolheu o petista Roberto Carvalho para ser vice de
Lacerda, ele falou por telefone
com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e agendou uma
reunião para os próximos dias.
Pimentel disse a amigos que
sua preocupação foi a de abrir
caminho para um entendimento. Ele contou a Berzoini que,
apesar do clima de confronto
na convenção municipal, não
houve formalmente nenhuma
decisão que desrespeitasse a da
Executiva, que proibiu coligação com o PSDB de Aécio Neves
em torno de Lacerda.
No encontro, o PT de BH
aprovou o nome de Roberto
Carvalho para vice e uma moção de repúdio à decisão da direção do partido de vetar aliança com os tucanos. Pimentel
avalia ter ao menos dois meses
pela frente para buscar uma solução negociada antes de submeter oficialmente a coligação
com o PSDB a uma convenção.
A data do encontro com Berzoini ainda não está acertada.
Pimentel espera que a Executiva mude sua resolução, optando por dizer que as alianças na
eleição devem ser feitas preferencialmente com os partidos
da base, mas sem impedir a
união com siglas da oposição.
Ontem, em Brasília, o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo, sinalizou
que esse caminho não deve ser
adotado. "É legítimo que quem
não está de acordo com a decisão proteste, mas acho difícil
que se reverta [o veto]. Precisa
ficar claro que há apoios que
podem não ser apoios e podem,
no futuro, em vez de fortalecer,
passar a idéia de rendição a outro projeto", disse.
Cardozo afirmou ainda que,
como o PT-BH está recorrendo
da decisão da Executiva, o diretório nacional terá que se reunir para discutir o assunto, mas
disse não acreditar numa mudança de posição.
Aliados de Pimentel afirmam
também que o PT-BH não vai
recuar na escolha de Lacerda
como candidato a prefeito. Lacerda é secretário de Desenvolvimento Econômico de Aécio e
aliado de Ciro Gomes (PSB).
Caso não consiga reverter a
proibição, a estratégia do PT
municipal é deixar a vaga de vice, negociar com o PSB e o
PSDB um outro nome para
compor chapa com Lacerda e
apoiá-lo informalmente.
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