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Presidente nega que câncer de ministra seja explorado politicamente por aliados
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DO ENVIADO A RIO BRANCO
O presidente Lula afirmou
ontem, em Manaus, que não vê
a possibilidade de uso político
da doença da ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil). "Eu não
sei como alguém pode explorar
um problema de saúde, sobretudo de uma pessoa jovem, disposta como a Dilma", disse, ao
ser indagado se não poderia
ocorrer a exploração do episódio, que poderia ser encarada
como abuso pela oposição. "Isso não existe", afirmou ele, antes de seguir para o Acre.
No último sábado, Dilma divulgou em São Paulo que está
se submetendo a um tratamento para combater um linfoma
-uma espécie de câncer.
Ontem e anteontem, em Manaus, vários integrantes da base
governista falaram sobre a
doença e se solidarizaram com
a ministra em discursos durante inaugurações de obras e
eventos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Num dos eventos, Lula reafirmou que Dilma é a candidata
para sucedê-lo em 2010, mas
que depende do PT e da base.
Ontem pela manhã, Dilma
seguiu para a Assembleia Legislativa do Amazonas. Lá, militantes do PT e membros da
CUT aguardavam a ministra
com faixas de apoio, como "Ministra Dilma Rousseff, o Brasil
Unido por sua recuperação".
Ela não viu as faixas.
À tarde, numa entrevista, a
ministra também falou sobre a
hipótese de exploração política
pelo fato de tratar um câncer.
"Não vi até agora e não detectei
nenhuma conduta exploratória
por parte de ninguém. Acho
que está bastante respeitoso o
tratamento sobre a doença."
Dilma disse também que estava emocionada com os gestos
de solidariedade. Indagada sobre 2010, desconversou. "Essa
questão não vou tratar em hipótese alguma. Já disse até que,
de uma forma simbólica, eu não
tratava dela nem amarrada."
Em Rio Branco, onde se reuniu com o presidente peruano,
Alan García, Lula foi questionado se Dilma pode sair fortalecida politicamente. "Não posso
imaginar como alguém pode
sair fortalecido porque teve
câncer. Só estou desejando a
recuperação da Dilma. Ela certamente não tem nada mais. É
tratamento preventivo."
Em Brasília, após solenidade
no Ministério da Justiça, o vice
José Alencar, que há anos luta
para superar o câncer, disse
que Dilma "tem mais força" do
que ele e a aconselhou a aumentar o ritmo de trabalho. "O
trabalho dá motivação, e ela
tem muita coisa pela frente."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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