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Lula rebate Serra e defende o Mercosul
Sem citar pré-candidato tucano, presidente critica "algumas pessoas que não acreditavam na relação" do bloco comercial
Na semana passada, Serra havia dito que o Mercosul seria uma barreira para futuros acordos comerciais e defendeu sua "flexibilização"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou um discurso ao
lado do colega venezuelano
Hugo Chávez ontem no Itamaraty para rebater, de forma velada, as críticas ao Mercosul feitas pelo pré-candidato do
PSDB à Presidência, José Serra, e atacar a política externa de
Fernando Henrique Cardoso.
Serra afirmou na semana
passada, em palestra para empresários mineiros, que o bloco
econômico seria uma barreira
para que o Brasil faça acordos
comerciais. Em entrevista à
Folha, ele amenizou a declaração, explicando que o Mercosul
"deve ser flexibilizado, para
que não seja um obstáculo para
políticas mais agressivas de
acordos internacionais".
Lula criticou "as pessoas"
que não acreditam no bloco
(formado por Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai) e defendeu
a integração da América do Sul.
Sem citar nomes, afirmou
que, no Brasil, "algumas pessoas não acreditavam na relação do Mercosul" e "queriam a
construção da Alca [Área de Livre Comércio das Américas, defendida pelos EUA]".
Lula falou também sobre a
consolidação da democracia no
Brasil e reclamou do ceticismo
sobre sua ascensão política. Segundo Lula, o Brasil não estava
preparado "para que um de baixo chegasse à Presidência",
mas ele se elegeu e hoje trabalha pelo desenvolvimento da
América Latina.
No discurso, ele citou o empresário Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha, que morreu aos 94 anos,
em abril de 2007.
"Tinha um grande jornalista
aqui no Brasil, dono de um jornal importante, nosso querido
companheiro Frias, da Folha
de S.Paulo, que, cada vez que
eu ia jantar com ele ou almoçar, ele dizia: "Ô Lula, o andar
de cima não vai deixar você subir". E nós conseguimos. Nós
conseguimos fazer uma mudança substancial na América
Latina. Essa mudança, a gente
vai notar os efeitos que ela causou na América do Sul analisando os indicadores sociais de
cada país."
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