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Aécio diz que pode intermediar aliança de Serra com o PP
Dornelles é citado como possível plano B no caso de o ex-governador de Minas não aceitar posto de vice do tucano
Aécio nega ter tratado do assunto com senador, mas diz que, se incumbido, pode articular negociação; PP está dividido entre PSDB e PT
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA (MG)
GABRIELA GUERREIRO
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-governador de Minas
Gerais Aécio Neves (PSDB) se
disse à disposição, ontem, para
intermediar uma aproximação
entre a campanha de José Serra
à Presidência e o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Aécio é primo de Dornelles,
que é citado entre os tucanos
como um eventual plano B no
caso de efetiva recusa do próprio Aécio Neves em aceitar o
posto de vice na chapa de Serra.
Aliado do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o PP está dividido sobre o apoio a Dilma
Rousseff (PT) em outubro.
Apesar de negar que trata do
assunto em conversas que
mantém com Dornelles, Aécio
disse que, se incumbido pelo
partido de articular algo nesse
sentido, estará disponível.
"Não é minha missão [intermediar uma aproximação com
Dornelles]. No dia em que me
delegarem alguma missão para
ajudar, eu estarei à disposição.
Mas essa não é uma missão minha. Hoje é uma responsabilidade do candidato e da coligação", disse Aécio.
A Folha apurou com tucanos
que a ideia é deixar o assunto
em banho-maria até junho, como forma de evitar um contra-ataque do governo federal. O
PP hoje controla o Ministério
das Cidades, e a cúpula do partido admite que o embarque na
candidatura petista não tem
maioria entre seus membros.
A Executiva Nacional do PP,
reunida ontem, fixou o final de
maio como prazo para que os
diretórios regionais apresentem relatório com detalhes sobre os impasses numa eventual
aliança com PT ou PSDB.
"Queremos que tragam os problemas de alianças para decidir", disse Dornelles.
No início do ano, a maioria
da legenda era favorável à coligação com Dilma. Agora, integrantes do PP estimam que um
terço dos seus filiados apoie a
aliança com o PT, enquanto
outro terço se mostra favorável
a Serra. O resto do partido se
posiciona pela neutralidade,
dando liberdade aos Estados
para decidir as suas coligações.
Deputados do PP admitiram
que o convite para uma eventual chapa com Serra pode influenciar na decisão do partido,
mas a ala governista insiste que
a aliança com Dilma ainda pode crescer até outubro.
A Folha apurou que, durante
a reunião, o deputado Nelson
Meurer (PP-PR) tentou aprovar uma moção declarando que
o PP não aceitaria nenhum
convite para a Vice-Presidência. A proposta foi rechaçada
pela maioria dos integrantes da
Executiva, que nos bastidores
aguarda o convite formal do
PSDB, para então se decidir.
Serra
Aécio, pré-candidato ao Senado, participou, ao lado de
Serra e do governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB),
do Encontro de Lideranças do
Triângulo, em Uberlândia.
Cerca de 500 pessoas compareceram ao evento, que funcionou como extensão da cerimônia que lançou a pré-candidatura de Serra em MG, na semana passada, em Belo Horizonte.
A exemplo de BH, Serra recebeu uma lista de reivindicações
produzida por cerca de 40 prefeitos da região.
Na prática, o evento serviu
para exaltar a candidatura de
Serra e de Anastasia, com a intermediação de Aécio, dono de
alta aprovação no Estado. Serra
foi chamado por Aécio, pelo
presidente do DEM, deputado
Rodrigo Maia, e pelo prefeito
de Uberlândia, Odelmo Leão
(PP), de "futuro presidente".
O apoio a Serra chegou a ser
diretamente estimulado por
Aécio, em seu discurso.
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