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Procuradoria diz que processará senadores
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A Procuradoria da República
em Brasília aguarda apenas uma
definição da Polícia Federal para
solicitar a abertura de processo
criminal contra o ex-presidente
do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL) e o ex-senador José
Roberto Arruda (sem partido).
"Se a Polícia Federal não abrir
inquérito para apurar a violação
do painel de votação do Senado, a
Procuradoria da República vai fazê-lo, porque houve um delito",
disse ontem em Salvador o procurador Luiz Francisco de Souza.
Autor da gravação que provocou as renúncias de Arruda e
ACM -o político baiano já anunciou que vai deixar o Senado amanhã-, Luiz Francisco disse que a
abertura de um processo criminal
terá o seu trâmite facilitado a partir de amanhã à tarde.
"Depois do discurso que promete fazer, o senador Antonio
Carlos Magalhães não terá mais
imunidade parlamentar."
De acordo com o procurador,
que participou pela manhã de um
seminário promovido pela Comissão de Direitos Humanos da
Assembléia Legislativa da Bahia, o
senador Antonio Carlos Magalhães deveria ser cassado. "Ele foi
o autor intelectual e o mandante
do delito", afirmou.
Luiz Francisco também sugeriu
que o pefelista se empenhasse para ajudar na instauração da CPI
da corrupção. "Se o senador Antonio Carlos Magalhães quer abrir
a boca para falar de ética, moralidade e corrupção, deveria orientar a sua bancada a assinar a proposta de criação da CPI. Caso
contrário, tudo não vai passar de
hipocrisia", disse.
Para o procurador, o senador
deveria entregar ao Ministério
Público os dossiês que alega ter
sobre diversos adversários políticos. "Acho que existe muita lama
dentro do governo e a Procuradoria da República quer apurar todas as denúncias."
Segundo Luiz Francisco, ACM
teve "muitos méritos" na condução do processo que levou à cassação do ex-senador Luiz Estevão
(PMDB-DF). Ainda assim, reservou críticas ao baiano.
"Não tiro os seus méritos, mas
acho que ele [ACM" deu uma certa proteção a Luiz Estevão. ACM
queria apenas a cassação, e nós,
procuradores, defendíamos a cassação e a prisão", afirmou.
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