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JANIO DE FREITAS
O corte mais fundo
A redução obrigatória de
20% fixada logo nas primeiras medidas repressivas do consumo de energia, além de não se
fundar em estudo que justifique
o percentual, incluiu um elemento adicional de arrocho que
o governo não divulgou aos consumidores.
Ao determinar junho e julho
de 2000 como os meses de comparação, para o consumidor
medir os 20% a serem cortados,
o governo usou como pretexto o
início do racionamento agora
em 1º de junho, mas o motivo foi
outro: os 60 dias escolhidos como base incluíram, como a cada
ano, um período de férias que
torna o consumo ainda mais
baixo do que no outono antes de
junho e no inverno depois de julho.
Previsto que o racionamento
perdure até fim de novembro, o
critério lógico e sem má-fé adotaria a média do consumo entre
junho e novembro de 2000, como base comparativa para a redução obrigatória.
Como foi feito, nos meses de
inverno com atividades normais -agosto, setembro, outubro, novembro-, o consumidor
terá que reduzir mais do que
20% do seu consumo normal
nessa fase, inclusive em 2000.
Mães-bentas
Soldados da Polícia Militar do
Tocantins, os quais os jornalistas dizem que estão em greve,
na quinta-feira perseguiram armados seus oficiais, que, para se
salvar, refugiaram-se em quartel do Exército. Desde então,
com todas as armas da corporação, entrincheiraram-se em seus
quartéis e não seguem ordens de
comando, se acaso as recebem.
Greve? Grevistas? Assunto para os cafundós dos jornais e telejornais durante tantos dias?
O que se passa no Tocantins é
rebelião da PM, insurreição ou
coisa que o valha. Greve, só mesmo no vocabulário viciado em
adocicar, todos os dias, tantos
dos fatos reduzidos a notícias.
Auto-retrato
Ao assumir a responsabilidade
pessoal de indeferir, sem o levar
até a Comissão Especial, o requerimento dos cinco grandes
juristas de processo contra Fernando Henrique Cardoso, o deputado Aécio Neves já se definiu
como mais um a usar a presidência da Câmara não para a
Câmara e para o país, mas para
o governo e o presidente, componentes de outro Poder.
Os mineiros já têm idéias mais
aprimoradas, se acaso ainda
houvesse o que aprimorar, sobre
o pretendente do PSDB ao governo de Minas. Há o que saber
a mais, sim: se Aécio Neves iria
até o Palácio das Mangabeiras
como anda da Câmara ao Planalto -de joelhos.
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