São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2001

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Diretor da Bolsa tenta evitar investigação

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os advogados de Edemir Pinto, diretor-geral da BM&F (Bolsa de Mercadoria & Futuros), entraram com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça para evitar a possibilidade de uma nova investigação envolvendo a Bolsa no socorro prestado pelo Banco Central aos grupos Marka e FonteCindam, em 1999.
Um dia depois de realizada a operação, a BM&F enviou carta ao então presidente do BC, Francisco Lopes, a pedido do banco oficial, fazendo referência ao risco de "crise sistêmica" se não fossem adotados "mecanismos" para evitar a quebra dos dois grupos.
Em agosto de 2000, o Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro concedera habeas corpus trancando a ação penal contra Pinto [ou seja, excluíra o diretor do processo movido contra Alberto Cacciola, dono do Marka, e mais onze réus].
A decisão, contudo, deixou aberta a possibilidade de o Ministério Público Federal, diante de novos elementos, instaurar nova ação penal contra Pinto, que havia sido denunciado por crime de falsidade ideológica.
Pinto era superintendente de Liquidação e Custódia da BM&F e participara de entendimentos com a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, fornecendo informações sobre os contratos em aberto e as garantias em nome do Marka e do FonteCindam.
Em fevereiro último, os advogados José Gerardo Grossi e Nilo Batista pediram habeas corpus ao STJ, para trancar definitivamente a ação penal.
Para os advogados, a preocupação dos diretores era "que a quebra de bancos pudesse promover um efeito dominó".


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