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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Para petista, denúncias contra ex-governador não atrapalham aliança com o PMDB em São Paulo
Não há condenação contra Quércia, diz Lula
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva,
afirmou ontem, em São Carlos
(231 km de São Paulo), que o ex-governador Orestes Quércia
(PMDB) é inocente até que se
prove o contrário.
"Acho que todas as denúncias
feitas contra qualquer pessoa têm
de ser apuradas. Ou a pessoa ganha uma condenação ou um atestado de idoneidade. Até agora,
não teve nenhuma acusação concretizada", disse Lula, que visitou
São Carlos para conhecer o projeto Escola do Futuro.
Ontem, a Folha publicou reportagem dizendo que o PT fechou
uma aliança informal com o
PMDB no Estado de São Paulo
para que cada partido lance apenas um candidato ao Senado:
Aloizio Mercadante pelo PT e
Orestes Quércia pelo PMDB.
Lula afirmou que o PT está conversando com o PMDB de São
Paulo e não exclusivamente com
Quércia. "Eu digo sempre que
Quércia é um problema do
PMDB, não do PT. Ele é membro
do PMDB", disse o petista.
Lula estava acompanhado de
José Genoino, pré-candidato do
partido ao governo de São Paulo,
e Aloizio Mercadante, que deve
disputar uma vaga no Senado. O
presidenciável afirmou que não
participa diretamente dos acordos regionais de coligações, formais ou não. Disse, no entanto,
que acha correta a atitude do PT.
"Eu sei que estamos incomodando. Eu sei que tudo o que essas
pessoas [situação" querem é juntar todo mundo contra nós outra
vez", afirmou.
Ainda segundo o petista, as negociações com alas do PMDB descontentes com o governo federal
fazem parte de uma estratégia de
"guerra". "Vamos dividir o exército dos adversários, tentando ganhar essa batalha", disse.
Genoino afirmou que a coligação com o PMDB ainda não está
definida porque vai depender das
coligações majoritárias. "Se o
PMDB decidir apoiar o Lula, vamos discutir em cada Estado. Essa
discussão não existe porque depende da discussão nacional."
Mais tarde, Genoino disse à Folha por telefone que não é interesse do PT fechar aliança informal.
"Queremos uma aliança formal.
Se [o PMDB" decidir romper
[com o PSDB", vamos conversar."
Paulo Frateschi, presidente do
Diretório Estadual do PT, disse
que o partido "está torcendo" para o PMDB não fechar a aliança
nacional com o PSDB. "Se o
PMDB decidir no mínimo não
apoiar ninguém, nós vamos procurar o Quércia", afirmou.
Pesquisas
Sobre a vantagem apontada nas
pesquisas eleitorais, Lula disse em
São Carlos que ela é importante,
mas que ainda não reflete a realidade. "As pesquisas não podem
deixar o candidato nem de salto
alto nem triste. Elas são uma referência para uma análise que nós
temos que tirar proveito."
Já sobre as declarações do governo, de que a vitória da oposição poderia levar o Brasil a uma
crise, Lula ironizou: "Quando eu
estava com 34%, eles tinham medo do Lula. Quando passei para
42%, o medo acabou", disse.
O petista também fez ironias ao
ser questionado sobre o fato de a
Bovespa cair quando ele sobe em
pesquisas. "A Bolsa de Valores de
São Paulo é tão frágil que cai
quando o Corinthians perde." Para Lula, o PT está muito próximo
de chegar ao governo no país.
Colaborou RENATO FRANZINI, da Redação
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