São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Para petista, denúncias contra ex-governador não atrapalham aliança com o PMDB em São Paulo

Não há condenação contra Quércia, diz Lula

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem, em São Carlos (231 km de São Paulo), que o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) é inocente até que se prove o contrário.
"Acho que todas as denúncias feitas contra qualquer pessoa têm de ser apuradas. Ou a pessoa ganha uma condenação ou um atestado de idoneidade. Até agora, não teve nenhuma acusação concretizada", disse Lula, que visitou São Carlos para conhecer o projeto Escola do Futuro.
Ontem, a Folha publicou reportagem dizendo que o PT fechou uma aliança informal com o PMDB no Estado de São Paulo para que cada partido lance apenas um candidato ao Senado: Aloizio Mercadante pelo PT e Orestes Quércia pelo PMDB.
Lula afirmou que o PT está conversando com o PMDB de São Paulo e não exclusivamente com Quércia. "Eu digo sempre que Quércia é um problema do PMDB, não do PT. Ele é membro do PMDB", disse o petista.
Lula estava acompanhado de José Genoino, pré-candidato do partido ao governo de São Paulo, e Aloizio Mercadante, que deve disputar uma vaga no Senado. O presidenciável afirmou que não participa diretamente dos acordos regionais de coligações, formais ou não. Disse, no entanto, que acha correta a atitude do PT.
"Eu sei que estamos incomodando. Eu sei que tudo o que essas pessoas [situação" querem é juntar todo mundo contra nós outra vez", afirmou.
Ainda segundo o petista, as negociações com alas do PMDB descontentes com o governo federal fazem parte de uma estratégia de "guerra". "Vamos dividir o exército dos adversários, tentando ganhar essa batalha", disse.
Genoino afirmou que a coligação com o PMDB ainda não está definida porque vai depender das coligações majoritárias. "Se o PMDB decidir apoiar o Lula, vamos discutir em cada Estado. Essa discussão não existe porque depende da discussão nacional."
Mais tarde, Genoino disse à Folha por telefone que não é interesse do PT fechar aliança informal. "Queremos uma aliança formal. Se [o PMDB" decidir romper [com o PSDB", vamos conversar."
Paulo Frateschi, presidente do Diretório Estadual do PT, disse que o partido "está torcendo" para o PMDB não fechar a aliança nacional com o PSDB. "Se o PMDB decidir no mínimo não apoiar ninguém, nós vamos procurar o Quércia", afirmou.

Pesquisas
Sobre a vantagem apontada nas pesquisas eleitorais, Lula disse em São Carlos que ela é importante, mas que ainda não reflete a realidade. "As pesquisas não podem deixar o candidato nem de salto alto nem triste. Elas são uma referência para uma análise que nós temos que tirar proveito."
Já sobre as declarações do governo, de que a vitória da oposição poderia levar o Brasil a uma crise, Lula ironizou: "Quando eu estava com 34%, eles tinham medo do Lula. Quando passei para 42%, o medo acabou", disse.
O petista também fez ironias ao ser questionado sobre o fato de a Bovespa cair quando ele sobe em pesquisas. "A Bolsa de Valores de São Paulo é tão frágil que cai quando o Corinthians perde." Para Lula, o PT está muito próximo de chegar ao governo no país.


Colaborou RENATO FRANZINI, da Redação



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