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PREVIDÊNCIA
Supremo suspendeu julgamento na última quarta
Entidades criticam lobby de Lando no STF para manter cobrança de inativos
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As principais entidades de classe de juízes e membros do Ministério Público protestaram ontem
contra a pressão do governo sobre o STF (Supremo Tribunal Federal) para que não seja derrubada a cobrança da contribuição
previdenciária de servidores inativos e pensionistas.
O presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros),
desembargador Claudio Baldino
Maciel, disse que a ida do ministro da Previdência, Amir Lando,
ao gabinete do presidente do STF,
Nelson Jobim, anteontem, para
falar do risco de derrota judicial
"parece uma tentativa de ingerência do governo federal sobre o Poder Judiciário".
Representantes de associações
estaduais de membros do Ministério Público afirmaram que o governo "tenta influir, de forma
abusiva e antidemocrática, na decisão dos ministros do STF".
O presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Grijalbo Coutinho, disse que é inútil a
pressão do governo sobre o STF,
porque os ministros irão examinar a questão dentro de critérios
constitucionais.
Já o presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, afirmou que "é perniciosa qualquer tentativa de interferência no STF".
Na última quarta-feira, o plenário do STF começou a julgar dois
pedidos de liminar contra a cobrança feitos pela Conamp (Associação Nacional dos Membros do
Ministério Público) e pela ANPR
(Associação Nacional dos Procuradores da República).
O julgamento foi interrompido
por um pedido de vista do ministro Cezar Peluso quando o governo perdia por dois votos a um. A
expectativa é que ele seja retomado em duas ou três semanas.
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, enviou ontem ao STF parecer favorável ao
governo em outra ação proposta
pela Conamp, que questiona as
novas regras de transição para os
servidores que já podiam se aposentar em 19 de dezembro último,
data da promulgação da reforma
da Previdência.
O procurador-geral da República sugeriu a manutenção do texto
da emenda.
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