São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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Senador se diz vítima; defesa é marcada por tom de indignação

Peemedebista aponta invasão de privacidade e acusa "ação avassaladora de parte da mídia" e ataques especulativos

Renan diz que responderá às acusações "uma a uma" e não responde sobre um possível afastamento da presidência do Senado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em um discurso de 23 minutos, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) usou exatas 19 palavras e expressões para definir o que ele classificou como "pseudo-escândalo", "destruição do Estado de Direito", "ignomínia", "insídia" e "teatro do absurdo", entre outros.
Dizendo ser vítima de invasão de sua vida privada e da "ação avassaladora de parte da mídia", recorreu ao ocaso do Império Romano para ilustrar a situação que o país atravessa.
"Regredimos. Há 2.000 anos, a política era feita de casos pessoais. Não existia o Estado moderno. A violência e o primarismo tomavam conta dos homens", disse Renan.
Para um plenário com cerca de 70 senadores (são 81), deputados federais e até um ministro, Hélio Costa (Comunicações), Renan usou o tom de indignação por ter que dar detalhes de sua vida privada.
"Indignação, porque ninguém teria outro sentimento senão esse, ao ver-se constrangido a violar sua privacidade com risco de atingir os entes que lhe são mais caros e confessar pecado que somente se deveria falar no confessionário, para pedir perdão e receber penitência", disse ele.
"Lamento, meus eminentes colegas, que a vida pública brasileira tenha se amesquinhado a tal nível que eu tenha que descer a estas minúcias perante o Senado Federal, onde sempre tratamos de temas mais elevados e de interesse público".
Em nenhum momento Renan se referiu ao valor específico apresentado pela reportagem da revista "Veja" de R$ 16,5 mil repassados a Mônica Veloso. Pedro Calmon, advogado de Mônica, disse que os valores apontados pela revista não são corretos. Segundo ele, os repasses foram de R$ 8.000 de pensão e R$ 4.500 de aluguel.
Renan chegou ao Senado pouco antes de fazer o discurso. Abordado por repórteres, não respondeu se cogitava se afastar da presidência. No discurso, disse que responderá às acusações "uma a uma". "Vossas Excelências não terão em mim nenhuma surpresa. (...) Quaisquer que sejam os novos ataques, exporei as informações uma a uma até que esses ataques especulativos sejam vencidos."

Leia a íntegra do discurso www.folha.com.br/071482

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