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Governistas falam em caso encerrado; oposição é cautelosa
Corregedor do Senado vai analisar documentos entregues por Renan e depois apresentar parecer à Mesa Diretora da Casa
PSOL reúne bancada hoje para discutir se entra com uma representação contra Renan; ACM diz que caso ficou "amortecido" na Casa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Satisfeitos com o discurso de
Renan Calheiros, integrantes
de partidos aliados já falavam
em "caso encerrado", enquanto
a oposição, cautelosa, mas sem
criticá-lo diretamente, apontava a necessidade de análise da
documentação entregue pelo
senador. As denúncias serão
analisadas pelo corregedor da
Casa, Romeu Tuma (DEM-SP).
O impacto positivo do discurso, entretanto, corre o risco
de ser minimizado, já que ele
deixou de entregar os comprovantes de parte dos recursos repassados a Mônica Veloso. É
em relação à origem desses recursos que pairam as principais
suspeições sobre Renan.
"O Senado esperará a palavra
do corregedor. Vou aguardar
que ele se manifeste", disse o líder do DEM, senador José
Agripino Maia (RN), ontem à
noite. À tarde, ele havia dito
que não tinha o direito de duvidar das palavras de Renan.
Tuma afirmou que pretende
reunir o que surgiu até agora e
ouvir citados na denúncia para
apresentar um parecer sobre o
caso à Mesa Diretora. "Senti
que ele tem documentos que
comprovam que falou a verdade", disse, antes de analisar os
papéis, acrescentando ver um
lado positivo: "Ao menos ele
[Renan] não a forçou a fazer um
aborto", disse, em referência à
filha de Renan com a jornalista.
Nos bastidores, a avaliação
foi a de que a situação de Renan
dependeria de serem encontradas "brechas" na versão e documentação apresentadas ontem,
ou então novas denúncias.
Hoje, a presidente do PSOL, a
ex-senadora Heloísa Helena,
deve chegar a Brasília e reunir
sua bancada, quando será discutida a possibilidade de o partido entrar com uma representação contra Renan. "[Ele] levou a coisa para a esfera privada e não é disso que se trata. No
meu juízo, os esclarecimentos
foram insuficientes. Ele tinha
que ter concedido apartes e
uma entrevista coletiva. Não
vamos entrar em espírito de
confraria", afirmou o deputado
Chico Alencar (PSOL-RJ).
Presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) avaliou que Renan fez um bom discurso, mas defendeu que é prudente a análise dos papéis pelo
Conselho de Ética. O órgão se
reúne amanhã para a posse de
seus membros, mas só abre
processo caso algum partido ou
a Mesa protocole um pedido.
À tarde, logo após o pronunciamento, ninguém criticou diretamente Renan, que encerrou o discurso sob aplausos. Senadores fizeram fila para cumprimentá-lo. Àquela altura, nenhum dos parlamentares tinha
tido acesso à documentação.
"Na minha visão, o assunto
está encerrado. Os fatos foram
explicados à exaustão", disse
Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, minutos após o
pronunciamento de Renan.
"O discurso foi bom e os documentos precisam ser analisados", afirmou o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), que depois acrescentou:
"Encerrado [o caso] não vou dizer que está. Mas o assunto ficou amortecido".
Os peemedebistas saíram satisfeitos com as palavras do senador. Segundo o líder do
PMDB no Senado, Valdir
Raupp (RO), "se depender da
bancada, o assunto está encerrado".
(LETÍCIA SANDER, RANIER BRAGON E FERNANDA KRAKOVICS)
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