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entrevista
Pagamento era na construtora, diz advogado
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
O advogado de Mônica
Veloso, Pedro Calmon,
sustentou que os pagamentos feitos à jornalista,
mãe de uma filha do senador Renan Calheiros,
eram feitos por Cláudio
Gontijo em dinheiro, no
escritório da Mendes Júnior, até dezembro de
2005, quando houve o reconhecimento de paternidade. Disse que os fatos
narrados pela revista "Veja" são corretos, mas corrigiu o valor de R$ 16,5 mil
que seriam repassados.
Segundo ele, o valor integral era de R$ 12,5 mil:
R$ 8.000 de pensão e
R$ 4.500 de aluguel.
FOLHA - O sr. confirma as afirmações feitas por Renan Calheiros, a respeito do pagamento de pensão alimentícia à
jornalista Mônica Veloso?
PEDRO CALMON - O senador
Renan confirmou a matéria da "Veja", mas deixou
uma série de coisas sem
esclarecer. Quem levou a
questão a público, em cadeia nacional, foi o presidente. Como usou a cadeira da presidência do Senado e fez um pronunciamento truncado, minha
cliente se sentiu na obrigação de esclarecer os fatos.
FOLHA - Após março de 2005,
como eram os pagamentos?
CALMON - Quando ela foi
para o apartamento, ele
passou a dar o dinheiro do
aluguel junto com o da
pensão. Então eram os
R$ 8.000 e mais R$ 4.000
do aluguel do apartamento da Asa Norte. Nessa
época o Cláudio é que fazia
todos os pagamentos.
FOLHA - E os cheques nominais do Banco do Brasil a que o
senador se referiu?
CALMON - Esses cheques
foram bem depois, em dezembro de 2005, quando
ele já havia feito o reconhecimento. De abril de
2005 a dezembro de 2005
os valores eram repassados a ela integralmente.
Em dezembro ele reconheceu a filha e teve de
formalizar tudo. Fez uma
oferta de alimentos de
R$ 3.000, porque só podia
fazer dentro das condições
oficiais dele. Aguardou-se
para que ele pudesse se organizar e depois foram feitos dois pagamentos em
dinheiro, pelos advogados
dele, de R$ 50 mil cada
um, em maio e em junho
de 2006, para recompor a
pensão do período em que
ele só pagou R$ 3.000.
FOLHA - O senador diz que esses R$ 100 mil seriam para
constituir um fundo para custear a educação da filha.
CALMON - Isso não existe.
Na época foram feitos dois
recibos para justificar os
pagamentos, e a fórmula
que se encontrou foi essa.
Um pai que quer criar um
fundo para o filho vai a um
banco e o faz. Não posso
aceitar, porque essa versão
atinge a minha cliente, já
que esse dinheiro não
existe mais, foi usado como o que é: uma complementação de pensão alimentícia.
FOLHA - Após esses pagamentos, quanto foi repassado?
CALMON - A partir de junho foi feito um acordo segundo o qual haveria o valor oficial de R$ 3.000 e
uma complementação. Ele
não pagou a complementação, por isso minha
cliente pediu a audiência
que houve agora.
FOLHA - Ficou claro para sua
cliente por que Cláudio Gontijo fazia os pagamentos? Eles
eram amigos, como sustentou
o presidente do Senado?
CALMON - Isso nunca ficou
claro para ela. Não é verdade. Minha cliente conheceu Cláudio Gontijo por
intermédio do senador.
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