São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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Com Lula, não existe "respeito às leis", afirma FHC

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que a reforma política é um "imperativo" ao país e criticou a impunidade nos escândalos de corrupção ocorridos no governo Lula, que acabaram reduzidos a "coisas alopradas" praticadas por "uns estranhos" e "coitadinhos".
"O que dizer dos escândalos que assistimos? Quem foi preso? Como não existe respeito às leis, como não existe igualdade, voltamos aos velhos tempos em que a lei é para os inimigos, e para os amigos a gente passa a mão", afirmou, durante o primeiro seminário do PSDB, em Brasília, que visa a atualização programática do partido.
"Temos todo o arcabouço democrático, mas não temos a alma da democracia, que é a crença de que a lei é para valer e que todos somos iguais perante a lei", afirmou.
Segundo ele, o país passa por um "processo grave de descrença nas instituições".
Ao discorrer sobre a corrupção, FHC disse que ela é "uma prática moral e pessoal", mas que as condições que favorecem sua ocorrência estão no atual sistema eleitoral.
FHC também listou críticas ao Bolsa Família, que, segundo ele, hoje "é uma pensão". Ele reclamou de falta de "avanços" na área econômica e disse que "hoje o rumo é dado pelo mercado".
Por fim, disse que o PSDB deveria "defender com mais energia seu legado", especialmente as privatizações.
O ex-presidente disse ainda não ter visto o pronunciamento de Renan Calheiros e, questionado sobre o caso, esquivou-se: "Espero que ele [Renan] tenha se explicado".
O governador Aécio Neves (MG) pediu "cautela" com questões pessoais envolvendo Renan, mas disse que deve haver "liberdade absoluta" para continuar as investigações.


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