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Dilma nega ter falado sobre obra com Renan
Ministra também diz que não tratou com senador sobre liberação de verbas
Segundo a chefe da Casa Civil, como Alagoas está inadimplente, nenhum recurso é liberado para a
obra desde agosto de 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) disse ontem que
não tratou com o presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), nem de liberação
de recursos federais nem de inclusão da obra da barragem do
Pratagy, em Alagoas, no PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento).
"O Renan não apareceu aqui
para pedir isso. A bem da verdade, ele não falou nada disso comigo. Ninguém me pediu nada", afirmou Dilma.
Gerente do PAC, Dilma informou que desde agosto de
2006 nenhuma verba é liberada para a obra, porque Alagoas
está inadimplente. "O governador [Teotônio Vilela] sabe que,
enquanto não estiver em dia,
não há como pagar nada. Acho
isso estranho."
A ministra acrescentou que
não é ela a responsável pela liberação de recursos. "Se estivessem pressionando, estariam
pressionando a pessoa errada.
Quem libera é o Tesouro Nacional. Eles teriam que ter pressionado o ministro Guido Mantega [Fazenda]."
Sobre os pagamentos para a
barragem do Pratagy, Dilma diz
que foram pagos R$ 30 milhões
no ano passado em duas parcelas -R$ 15 milhões em fevereiro e a outra metade em julho.
Do valor previsto para a obra
em 2005, ficaram R$ 40 milhões de restos a pagar referentes ao Orçamento de 2006, mas
o Estado não pode receber por
estar inadimplente.
A ministra reclamou do que
considera uma "ilação" tirada
de um grampo telefônico feito
pela Polícia Federal nas investigações da Operação Navalha.
"Tem de tomar cuidado, porque o grampo, apesar de ser um
instrumento importante da investigação, não pode ser considerado prova, é preciso checar
antes", afirmou.
Dilma afirma também que
não houve mudança no valor da
obra."O texto [reportagem publicada ontem na Folha] passa
a impressão de que eles pressionaram e o valor das obras do
Pratagy subiu de R$ 70 milhões
para R$ 120 milhões em março
deste ano. Só que desde o lançamento do PAC, em janeiro, o
valor já era de R$ 120 milhões."
Os R$ 70 milhões, segundo
Dilma, são de uma medida provisória do final de 2005, quando esse valor foi destinado para
o Ministério da Integração Nacional repassar ao sistema de
abastecimento de água do rio
Pratagy. Desse total é que foram pagos R$ 30 milhões e ainda restam a quitar R$ 40 milhões, mas não se referem aos
R$ 120 milhões previstos no
programa.
Novo grampo
Ontem à tarde, Dilma foi procurada pela Folha novamente
para comentar o grampo feito
pela PF em 23 de março, no
qual aparece o senador Renan
Calheiros dizendo ter conversado com a ministra sobre liberação de verba -sem especificar qual- para Maceió. A ministra
disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se recorda de ter conversado com o
senador por volta de 23 de
março deste ano.
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