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Secretário da Integração cai após grampo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário de Recursos Hídricos do Ministério da Integração Nacional, Rogério Menescal, pediu demissão. De
acordo com grampos feitos pela
Polícia Federal, ele foi apontado por investigados no inquérito como sendo o responsável
pela liberação de recursos para
a obra do rio Pratagy (AL), orçada em R$ 77,8 milhões.
A construção da barragem é
uma das licitações investigadas
pela PF que teriam sido fraudadas pela empreiteira Gautama.
Menescal é o quarto funcionário de ministério a cair depois da deflagração da operação. Antes dele, houve três baixas, na pasta de Minas e Energia: o ministro, Silas Rondeau,
seu assessor especial, Ivo Almeida Costa, e o diretor do programa Luz para Todos, José Ribamar Lobato Santana. Assim
como Menescal, todos são citados em grampos da PF.
De acordo com o inquérito da
Polícia Federal, o então subsecretário de Infra-Estrutura de
Alagoas, Denisson de Luna Tenório, teria recebido uma ligação de Rogério Menescal, que
estaria pedindo apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para ficar mais dois anos
no cargo.
Na semana passada, quando
os grampos foram relevados
em reportagem da Folha, Menescal afirmou que é um técnico, com mestrado e doutorado
na área de recursos hídricos.
Disse ainda que manteve contato com Adeilson Teixeira Bezerra (então secretário de Infra-Estrutura de Alagoas) e Denisson porque eram as pessoas
com quem tinha de tratar em
Alagoas sobre a obra.
Disse ainda não conhecer
nem o senador Renan Calheiros nem seu irmão, deputado
Olavo Calheiros (PMDB-AL), e
afirmou que não pediu ajuda a
ninguém para permanecer no
cago. Disse, no entanto, que
talvez tivesse insinuado durante a conversa que temia ser retirado da função com a mudança de ministro.
Na edição de ontem, a Folha
publicou que diálogos captados
pela Polícia Federal revelavam
que acusados de integrar o esquema de corrupção da construtora Gautama articularam
para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fizesse lobby para pressionar a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) a liberar recursos
para a obras do Pratagy.
De acordo com interceptações telefônicas, os acusados
disseram que trataram com o
senador para que o projeto fosse incluído no PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento). De acordo com as escutas
telefônicas feitas pela PF, um
documento irregular sobre os
estudos referentes às obras no
rio Pratagy serviria como forma de pressionar pela liberação de verbas.
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