São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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Secretário da Integração cai após grampo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário de Recursos Hídricos do Ministério da Integração Nacional, Rogério Menescal, pediu demissão. De acordo com grampos feitos pela Polícia Federal, ele foi apontado por investigados no inquérito como sendo o responsável pela liberação de recursos para a obra do rio Pratagy (AL), orçada em R$ 77,8 milhões.
A construção da barragem é uma das licitações investigadas pela PF que teriam sido fraudadas pela empreiteira Gautama.
Menescal é o quarto funcionário de ministério a cair depois da deflagração da operação. Antes dele, houve três baixas, na pasta de Minas e Energia: o ministro, Silas Rondeau, seu assessor especial, Ivo Almeida Costa, e o diretor do programa Luz para Todos, José Ribamar Lobato Santana. Assim como Menescal, todos são citados em grampos da PF.
De acordo com o inquérito da Polícia Federal, o então subsecretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Denisson de Luna Tenório, teria recebido uma ligação de Rogério Menescal, que estaria pedindo apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para ficar mais dois anos no cargo.
Na semana passada, quando os grampos foram relevados em reportagem da Folha, Menescal afirmou que é um técnico, com mestrado e doutorado na área de recursos hídricos. Disse ainda que manteve contato com Adeilson Teixeira Bezerra (então secretário de Infra-Estrutura de Alagoas) e Denisson porque eram as pessoas com quem tinha de tratar em Alagoas sobre a obra.
Disse ainda não conhecer nem o senador Renan Calheiros nem seu irmão, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), e afirmou que não pediu ajuda a ninguém para permanecer no cago. Disse, no entanto, que talvez tivesse insinuado durante a conversa que temia ser retirado da função com a mudança de ministro.
Na edição de ontem, a Folha publicou que diálogos captados pela Polícia Federal revelavam que acusados de integrar o esquema de corrupção da construtora Gautama articularam para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fizesse lobby para pressionar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) a liberar recursos para a obras do Pratagy.
De acordo com interceptações telefônicas, os acusados disseram que trataram com o senador para que o projeto fosse incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). De acordo com as escutas telefônicas feitas pela PF, um documento irregular sobre os estudos referentes às obras no rio Pratagy serviria como forma de pressionar pela liberação de verbas.


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