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STJ intima governadores do Maranhão e de Alagoas
Ministra quer que Jackson Lago (PDT) e Teotônio Vilela (PSDB) deponham amanhã
Eliana Calmon pretende ouvir também o ex-ministro Silas Rondeau, outro nome que consta no inquérito da Operação Navalha, da PF
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) Eliana
Calmon intimou para depor
amanhã o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o
governador do Maranhão,
Jackson Lago (PDT), e o governador de Alagoas Teotônio Vilela (PSDB). O nome dos três
consta do inquérito da Operação Navalha, conduzida pela
Polícia Federal na investigação
de fraudes em licitações de
obras públicas.
Rondeau saiu do ministério
envolvido na investigação da
PF pelo recebimento de R$ 10
mil em propina. Para a PF, o dinheiro teria sido entregue por
Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da construtora Gautama, em seu gabinete.
Ele nega.
Foram intimados também
para prestar depoimento no
STJ Ulisses César Matins Sousa, ex-procurador do Estado do
Maranhão e Pedro Passos, deputado distrital do DF.
A ministra do STJ Eliana
Calmon se reúne hoje com representantes do Ministério Público Federal, para estabelecer
estratégias de investigação patrimonial da construtora Gautama e dos suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes em licitações públicas. A assessoria não divulgou a que horas acontece o encontro.
Ontem, Calmon ouviu os últimos cinco acusados de envolvimento no esquema de fraudes em licitações de obras públicas, desmontado pela Operação Navalha, da Polícia Federal.
Rodolpho Soares de Veras, filho de Zuleido Veras, Tereza
Freire Lima, Henrique Garcia,
Gil Jacó Carvalho dos Santos,
funcionários da Gautama, foram liberados após prestar depoimento.
Abelardo Sampaio Lopes Filho foi o último a depor e permanecerá em prisão temporária. Esse tipo de prisão tem o
objetivo de impedir que suspeitos destruam provas e tracem
estratégias comuns de defesa.
Uma das advogadas da Gautama, Sandra Pires, se negou a
dar informações sobre o depoimento, alegando que o caso estaria sob "segredo de Justiça".
Rodolpho Veras, filho do dono
da Gautama, depôs durante
três horas.
Estão em liberdade 43 das 48
pessoas presas pela Polícia Federal sob acusação de participarem do esquema de fraude,
que teria como núcleo da quadrilha a construtora Gautama,
segundo investigações da PF.
Continuam presos ainda Zuleido Veras, dono da empresa;
Maria de Fátima Palmeira, diretora e apontada como braço-direito de Zuleido; Vicente Vasconcelos Coni, diretor da empresa no Maranhão; e João Manuel Soares, diretor no Piauí.
O STF (Supremo Tribunal
Federal) informou que o ministro Gilmar Mendes não tinha
recebido informações do STJ
para reconsiderar o pedido de
soltura de Zuleido Veras até a
noite de ontem.
O empresário se negou a depor no último sábado e teve a
prisão temporária mantida pelo STJ. Os advogados fizeram
pedido de habeas corpus, negado por Gilmar Mendes, por estar "mal-instruído".
Maria de Fátima depôs duas
vezes entre sexta-feira e sábado
passados, por quase nove horas, mas teve sua prisão mantida porque há necessidade de
"preservar provas", de acordo
com Eliana Calmon.
Segundo a Folha apurou, Maria de Fátima entrou em contradição várias vezes durante
seu depoimento, ao ser confrontada com as gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal com autorização judicial. No sábado, antes de voltar para a carceragem, ela precisou ser atendida por uma
equipe médica por causa de um
"problema de pressão".
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