São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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STJ intima governadores do Maranhão e de Alagoas

Ministra quer que Jackson Lago (PDT) e Teotônio Vilela (PSDB) deponham amanhã

Eliana Calmon pretende ouvir também o ex-ministro Silas Rondeau, outro nome que consta no inquérito da Operação Navalha, da PF

VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon intimou para depor amanhã o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e o governador de Alagoas Teotônio Vilela (PSDB). O nome dos três consta do inquérito da Operação Navalha, conduzida pela Polícia Federal na investigação de fraudes em licitações de obras públicas.
Rondeau saiu do ministério envolvido na investigação da PF pelo recebimento de R$ 10 mil em propina. Para a PF, o dinheiro teria sido entregue por Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da construtora Gautama, em seu gabinete. Ele nega.
Foram intimados também para prestar depoimento no STJ Ulisses César Matins Sousa, ex-procurador do Estado do Maranhão e Pedro Passos, deputado distrital do DF.
A ministra do STJ Eliana Calmon se reúne hoje com representantes do Ministério Público Federal, para estabelecer estratégias de investigação patrimonial da construtora Gautama e dos suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes em licitações públicas. A assessoria não divulgou a que horas acontece o encontro.
Ontem, Calmon ouviu os últimos cinco acusados de envolvimento no esquema de fraudes em licitações de obras públicas, desmontado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Rodolpho Soares de Veras, filho de Zuleido Veras, Tereza Freire Lima, Henrique Garcia, Gil Jacó Carvalho dos Santos, funcionários da Gautama, foram liberados após prestar depoimento.
Abelardo Sampaio Lopes Filho foi o último a depor e permanecerá em prisão temporária. Esse tipo de prisão tem o objetivo de impedir que suspeitos destruam provas e tracem estratégias comuns de defesa.
Uma das advogadas da Gautama, Sandra Pires, se negou a dar informações sobre o depoimento, alegando que o caso estaria sob "segredo de Justiça". Rodolpho Veras, filho do dono da Gautama, depôs durante três horas.
Estão em liberdade 43 das 48 pessoas presas pela Polícia Federal sob acusação de participarem do esquema de fraude, que teria como núcleo da quadrilha a construtora Gautama, segundo investigações da PF.
Continuam presos ainda Zuleido Veras, dono da empresa; Maria de Fátima Palmeira, diretora e apontada como braço-direito de Zuleido; Vicente Vasconcelos Coni, diretor da empresa no Maranhão; e João Manuel Soares, diretor no Piauí.
O STF (Supremo Tribunal Federal) informou que o ministro Gilmar Mendes não tinha recebido informações do STJ para reconsiderar o pedido de soltura de Zuleido Veras até a noite de ontem.
O empresário se negou a depor no último sábado e teve a prisão temporária mantida pelo STJ. Os advogados fizeram pedido de habeas corpus, negado por Gilmar Mendes, por estar "mal-instruído".
Maria de Fátima depôs duas vezes entre sexta-feira e sábado passados, por quase nove horas, mas teve sua prisão mantida porque há necessidade de "preservar provas", de acordo com Eliana Calmon.
Segundo a Folha apurou, Maria de Fátima entrou em contradição várias vezes durante seu depoimento, ao ser confrontada com as gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal com autorização judicial. No sábado, antes de voltar para a carceragem, ela precisou ser atendida por uma equipe médica por causa de um "problema de pressão".


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