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PF diz a Justiça que dados do STJ estão no Google
ANDRÉA MICHAEL
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vai informar ao Ministério da Justiça
que dados sigilosos relativos
a investigações policiais disponíveis na rede interna e reservada de computadores do
Superior Tribunal de Justiça
(STJ) teriam sido consultados por visitantes não credenciados para esse tipo de
acesso por meio do site de
pesquisa Google.
Essa informação consta de
ofício em que a PF, em resposta a questionamento do
ministério, apresenta o possível canal por meio dos qual
poderiam ter chegado à imprensa informações da Operação Navalha.
Segundo a assessoria da
PF, o ofício seria encaminhado ao ministério ainda hoje.
A Folha apurou que um
dos documentos reservados
com acesso pelo site de pesquisa foi a decisão judicial
em que a ministra do STJ
Eliana Calmon, que conduz
o inquérito relacionado à
Navalha, autoriza o desmembramento do caso, do
qual foi destacada a investigação batizada de Octopus.
Até o fechamento desta
edição, a assessoria do STJ
não havia se posicionado. O
alvo da Octopus são fraudes
a licitações que teriam sido
conduzidas principalmente
pelo grupo do empresário
Clemilton de Andrade Rezende. Entre as práticas ilícitas atribuídas pela PF aos investigados está a compra de
certidões negativas de débito
emitidas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e pela Receita Federal.
Tarja preta
Para garantir o sigilo das
informações e evitar prejuízo aos trabalhos da PF, a ministra mandou colocar uma
tarja preta sobre as partes do
seu despacho relativas à Octopus. Mas, possivelmente
pelo acesso via internet, a reserva das informações acabou comprometida.
O acesso indevido foi detectado na semana passada, e
logo corrigido. Mas a Folha
apurou que o vazamento de
informações prejudicou a fase ostensiva da operação Octopus, na qual haveria prisões, além de busca e
apreensão de documentos.
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