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Procurador pede ao Supremo investigação contra Paulinho
Por causa do foro privilegiado, apuração dependia de parecer da Procuradoria Geral
Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, afirma que não haverá pressão para que o deputado deixe o partido
Sérgio Lima/Folha Imagem
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Sérgio Moraes (PTB-RS), que agora preside o Conselho de Ética
SIMONE IGLESIAS
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza,
pediu ontem abertura de investigação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o deputado federal Paulo Pereira da
Silva (PDT-SP), o Paulinho da
Força Sindical.
O deputado tem foro privilegiado por exercer o mandato e,
para ser judicialmente investigado, era necessário parecer da
Procuradoria Geral da República. Também em razão do foro
privilegiado, o processo de Paulinho deve tramitar no Supremo. "Encaminhei hoje [ontem]
o pedido para aprofundar as investigações a respeito do suposto envolvimento do deputado no caso do BNDES", afirmou Antonio Fernando.
As denúncias contra Paulinho surgiram na Operação
Santa Tereza da Polícia Federal
que desarticulou em abril um
grupo acusado de envolvimento com tráfico local e internacional de mulheres, exploração
de atividade de prostituição e
em fraudes em concessão de
empréstimo do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
Paulinho é apontado pela PF
como um dos chefes do esquema. Ele nega as acusações. De
acordo com o inquérito, ele e a
ONG presidida por sua mulher,
Elza Pereira, teriam sido beneficiados financeiramente. Para
a PF, Paulinho recebeu cheque
de R$ 18.397,50 e outra ordem
de pagamento de R$ 82.162,93
referente a empréstimo às Lojas Marisa. A ONG Meu Guri,
comandada por Elza, teria recebido um cheque de R$ 37 mil
de João Pedro de Moura, ex-assessor de Paulinho na Força
Sindical, e que foi indiciado pela Justiça paulista.
Além de Moura, também foram indiciados o empresário
Marcos Mantovani, o advogado
Ricardo Tosto, e o prefeito de
Praia Grande, Alberto Mourão
(PSDB). Segunda-feira, o corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE) deu
parecer pela cassação de Paulinho por quebra de decoro.
No mesmo dia, o deputado
pedetista afirmou que as denúncias são "armação política
implacável", disse que provará
sua inocência no Conselho de
Ética e descartou a possibilidade de renunciar ao mandato.
A Folha apurou que em conversas com a cúpula do partido
Paulinho teria reconhecido
que as denúncias desgastam a
sigla e estaria disposto a se licenciar do PDT até a conclusão
do processo. A decisão deve ser
tomada nos próximos dias.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho), presidente licenciado
do PDT, disse que o mandato
de Paulinho é do partido, mas
que ele não será pressionado a
deixar a sigla. "O mandato dele
pertence ao PDT, mas ele tem
que avaliar esse quadro de possíveis prejuízos ao partido."
Lupi defendeu que Paulinho
esclareça "ponto a ponto" as
denúncias contra porque
"quem não deve não teme".
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