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Depoimento de consultor sobre depósito contradiz ONG de mulher de deputado
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
João Pedro de Moura, consultor da Força Sindical e ex-assessor do deputado federal
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, apresentou, no
depoimento prestado à Justiça
Federal na segunda-feira, uma
versão sobre o depósito de
R$ 37,5 mil na conta do projeto
Meu Guri, presidido pela mulher do parlamentar, Elza de
Fátima Costa Pereira, que se
choca com a explicação dada
pelo projeto à imprensa.
Em março, Moura depositou
o cheque na conta da ONG, que
atende 40 crianças e adolescentes em Mairiporã (SP). O comprovante foi depois apreendido
pela Polícia Federal.
No interrogatório conduzido
pelo juiz federal Marcio Ferro
Catapani, Moura disse que fez o
depósito para que o projeto pagasse as contas atrasadas de
condomínio e outras taxas referentes a um apartamento registrado em seu nome e que ele
doara à ONG em 2004.
Durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa no
último dia 9, o advogado do
projeto, Antônio Rosella, havia
dito que o dinheiro era "uma
doação". "O Meu Guri não está
pagando nada. A doação do
imóvel se transformou numa
doação em dinheiro." Disse
ainda que o dinheiro estava na
conta do projeto, e que a tarefa
de pagar as taxas em atraso era
"um problema" de Moura.
No depoimento, que durou
cerca de três horas e meia,
Moura afirmou: "Como a equipe do Meu Guri tinha uma funcionária que tinha feito a negociação de condomínio, dessas
taxas todas, eu acabei fazendo
um depósito na conta do Meu
Guri para que eles fizessem então a quitação de todos esses
débitos que ficaram sem pagar
nesses últimos quatro anos".
Além de fazer o depósito,
Moura disse que voltou a ter a
posse do imóvel, um apartamento localizado no Jardim
Aclimação.
Em seu depoimento, Moura
também disse que quase se tornou assessor parlamentar de
Paulinho na Câmara dos Deputados no ano passado. Contou
que, em julho, após deixar o
BNDES, onde era conselheiro
de administração desde 2002,
acertou sua entrada no gabinete do parlamentar. Por isso, segundo ele, mandou imprimir
cartões de visita nos quais se
identificava como assessor do
deputado -os cartões também
foram apreendidos pela PF.
Antes da efetivação no cargo,
contudo, Moura disse que mudou de idéia e decidiu trabalhar
como consultor de empresas.
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