São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Depoimento de consultor sobre depósito contradiz ONG de mulher de deputado

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

João Pedro de Moura, consultor da Força Sindical e ex-assessor do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, apresentou, no depoimento prestado à Justiça Federal na segunda-feira, uma versão sobre o depósito de R$ 37,5 mil na conta do projeto Meu Guri, presidido pela mulher do parlamentar, Elza de Fátima Costa Pereira, que se choca com a explicação dada pelo projeto à imprensa.
Em março, Moura depositou o cheque na conta da ONG, que atende 40 crianças e adolescentes em Mairiporã (SP). O comprovante foi depois apreendido pela Polícia Federal.
No interrogatório conduzido pelo juiz federal Marcio Ferro Catapani, Moura disse que fez o depósito para que o projeto pagasse as contas atrasadas de condomínio e outras taxas referentes a um apartamento registrado em seu nome e que ele doara à ONG em 2004.
Durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa no último dia 9, o advogado do projeto, Antônio Rosella, havia dito que o dinheiro era "uma doação". "O Meu Guri não está pagando nada. A doação do imóvel se transformou numa doação em dinheiro." Disse ainda que o dinheiro estava na conta do projeto, e que a tarefa de pagar as taxas em atraso era "um problema" de Moura.
No depoimento, que durou cerca de três horas e meia, Moura afirmou: "Como a equipe do Meu Guri tinha uma funcionária que tinha feito a negociação de condomínio, dessas taxas todas, eu acabei fazendo um depósito na conta do Meu Guri para que eles fizessem então a quitação de todos esses débitos que ficaram sem pagar nesses últimos quatro anos".
Além de fazer o depósito, Moura disse que voltou a ter a posse do imóvel, um apartamento localizado no Jardim Aclimação.
Em seu depoimento, Moura também disse que quase se tornou assessor parlamentar de Paulinho na Câmara dos Deputados no ano passado. Contou que, em julho, após deixar o BNDES, onde era conselheiro de administração desde 2002, acertou sua entrada no gabinete do parlamentar. Por isso, segundo ele, mandou imprimir cartões de visita nos quais se identificava como assessor do deputado -os cartões também foram apreendidos pela PF. Antes da efetivação no cargo, contudo, Moura disse que mudou de idéia e decidiu trabalhar como consultor de empresas.


Texto Anterior: Novo presidente do conselho é réu no STF
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.