São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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Advogado vê motivo político para denúncias

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, advogado do secretário afastado de Serviços Municipais de Santo André, Klinger Luiz de Oliveira Souza, disse ontem que as denúncias contra seu cliente são motivadas por "interesses econômicos contrariados e também por interesses políticos, uma vez que o deputado federal Duílio Pisaneschi (PTB-SP), ex-sócio de uma das empresas de ônibus, já foi candidato a prefeito e deverá sê-lo novamente".
Para Dias, não há provas de que Klinger faça parte de um esquema de arrecadação de propina para campanhas do PT, como acusam o médico João Francisco Daniel e empresários de ônibus na cidade.
"Examinei os autos e só há alegações. Não encontrei nenhuma prova de crime." Dias afirmou que pretende apresentar uma defesa técnica em 15 dias.
Ontem foi a primeira vez, desde que as denúncias contra Klinger tornaram-se públicas, há nove dias, que a defesa do secretário se manifestou. Dias explicou que não dera declarações anteriormente porque até então não tivera acesso ao processo.
Apesar de afirmar que não quer fazer uma defesa política, o advogado disse que "a questão não é nacional, mas local, provinciana, ligada a interesses contrariados de empresas de ônibus". Por causa disso, Dias acredita que "é uma fantasia imaginar que o [José" Serra esteja por trás disso e que ele é quem está mandando [grampear os telefones de Klinger e outras lideranças do PT em Santo André, além de investigar a vida de Luiz Inácio Lula da Silva"".
Ele criticou a escuta telefônica feita "por um delegado" da Polícia Federal. Dias informou que protocolou uma petição ao juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos da Capital) para que sejam requisitadas à PF todas as fitas com gravações das escutas telefônicas de Klinger interceptadas ilegalmente pela PF para que sejam destruídas.



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