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Advogado vê
motivo político
para denúncias
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro da Justiça José
Carlos Dias, advogado do secretário afastado de Serviços Municipais de Santo André, Klinger Luiz
de Oliveira Souza, disse ontem
que as denúncias contra seu cliente são motivadas por "interesses
econômicos contrariados e também por interesses políticos, uma
vez que o deputado federal Duílio
Pisaneschi (PTB-SP), ex-sócio de
uma das empresas de ônibus, já
foi candidato a prefeito e deverá
sê-lo novamente".
Para Dias, não há provas de que
Klinger faça parte de um esquema
de arrecadação de propina para
campanhas do PT, como acusam
o médico João Francisco Daniel e
empresários de ônibus na cidade.
"Examinei os autos e só há alegações. Não encontrei nenhuma
prova de crime." Dias afirmou
que pretende apresentar uma defesa técnica em 15 dias.
Ontem foi a primeira vez, desde
que as denúncias contra Klinger
tornaram-se públicas, há nove
dias, que a defesa do secretário se
manifestou. Dias explicou que
não dera declarações anteriormente porque até então não tivera
acesso ao processo.
Apesar de afirmar que não quer
fazer uma defesa política, o advogado disse que "a questão não é
nacional, mas local, provinciana,
ligada a interesses contrariados de
empresas de ônibus". Por causa
disso, Dias acredita que "é uma
fantasia imaginar que o [José"
Serra esteja por trás disso e que ele
é quem está mandando [grampear os telefones de Klinger e outras lideranças do PT em Santo
André, além de investigar a vida
de Luiz Inácio Lula da Silva"".
Ele criticou a escuta telefônica
feita "por um delegado" da Polícia Federal. Dias informou que
protocolou uma petição ao juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos da Capital)
para que sejam requisitadas à PF
todas as fitas com gravações das
escutas telefônicas de Klinger interceptadas ilegalmente pela PF
para que sejam destruídas.
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