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TODA MÍDIA
Kerry e os latinos
NELSON DE SÁ
O democrata John Kerry,
candidato a presidente dos
Estados Unidos, disse afinal o
que quer para a América Latina.
Falou no fim de semana a uma
associação de políticos hispânicos, em Washington.
Propôs vagamente, como está
em seu site e em diários americanos como "Washington Post"
e "El Nuevo Herald", no argentino "La Nacion" e em jornais
brasileiros, uma comunidade
pan-americana:
- A Comunidade das Américas é para trabalhar juntos, para
atingir objetivos comuns.
Citou só três "objetivos comuns": guerra contra o terror,
guerra contra a pobreza e guerra
contra as drogas.
Falou em apoio à democracia
no hemisfério, inclusive a governantes malvistos em Washington, hoje. Questionou abertamente o apoio do republicano
George W. Bush à "junta militar" que quase tirou Hugo Chávez do poder.
Disse que vai criar um Conselho pela Democracia, saudou o
avanço democrático "em países
como México, Brasil e Chile"
-e lamentou:
- Estamos perdendo os corações e mentes de uma geração
de líderes na América Latina.
Citou sua mulher, que descreveu como uma "imigrante", falou algumas palavras em espanhol e encerrou:
- Serei um presidente que saberá onde fica a América Latina
e que saberá que nós lhe devemos respeito.
O "Washington Post" registrou o outro lado, com um grupo de parlamentares republicanos apontando a falta de "conexão" de Kerry com os eleitores
hispânicos, nos EUA.
E, por outro lado, acusando o
candidato democrata de "difundir uma mensagem de pessimismo aos latinos".
UM E OUTRO IBOPE
Uma semana antes, a notícia
era que o Ibope indicava "empate técnico" entre José Serra e
Marta Suplicy, com 21% e 20%,
respectivamente. Segundo o site
da Globo, "o PT comemorou,
enquanto o PSDB lamentou".
Dias depois, não é mais assim. O SPTV abriu ontem
com o Ibope dizendo que Serra tem 30% -e Marta tem
quase a metade, 16%, pouco acima de Luiza Erundina.
Entre uma e outra pesquisa, além de uma semana de distância, a diferença é que a primeira foi paga pelo PT.
Enquanto o SPTV voltava à carga e cobrava a presença
dos três principais candidatos em seu debate, na próxima quinta-feira, Marta participava do Canal Livre, da
Band. Antes do Ibope, mas já com o Datafolha, prometeu se manter os quatro anos no cargo, se for reeleita.
Questionada sobre o terceiro
lugar na intenção de voto e sua
taxa de rejeição, apresentou suas
justificativas:
- Sou uma pessoa, primeiro,
que falo o que penso, defendo as
coisas com paixão... E mulher é
assim. Se está arrumada, "olha
aí, fica no cabeleireiro". Se está
desarrumada, "coitada, olha a
depressão em que está".
Ruído
O desemprego caiu um pouco
em São Paulo, para baixo dos 20
pontos. E Lula tratou de fazer
barulho no Café com o Presidente, ecoando no Jornal Nacional, nas manchetes:
- A redução do desemprego
em São Paulo é a maior em 18
anos no mês de maio.
A agência Dow Jones também
destacou o salto histórico. Mas
os números não vieram sem ruído. Da home do UOL:
- Desemprego e salário caem
em São Paulo.
Sem avião
Também em seu programa de
rádio, com eco pelos telejornais,
Lula anunciou que não deverá
viajar para o exterior tão cedo
-e lá se foi, entre outras, a visita
ao Chile, como já avisava o jornal chileno "La Tercera", no final de semana.
Não se deve ouvir falar em
avião presidencial, ao que tudo
indica, até as eleições.
Mais China
A Embraer foi tema de reportagem do "Financial Times" de
ontem, com repercussão até na
TV brasileira. A novidade, nem
tão nova assim, foi a entrega dos
dois aviões produzidos pela empresa brasileira, em sua "joint
venture" na China.
Segundo o jornal, o "pioneirismo" dos aviões da Embraer na
Ásia "mostra que as empresas
brasileiras não estão mais exportando somente commodities, mas também e cada vez
mais tecnologia".
Juntos
Não é só na produção de
aviões que China e Brasil estão
juntos. A agência France Presse
deu um relatório do grupo ambientalista WWF que aponta os
dois rios com maior ameaça à
vida, no planeta.
Em primeiro lugar, o Yangtze,
na China. Em segundo, o Prata/
Paraná, que corre por Brasil, Argentina e outros.
A marca EUA
O "Financial Times" se somou
a outros jornais e destacou, no
final de semana, a crescente
preocupação, entre "líderes" do
marketing e da publicidade nos
Estados Unidos, com a corrosão
da imagem do país.
Mais especificamente, com a
transferência da rejeição mundial à política externa do governo Bush para as multinacionais
americanas e seus produtos.
Keith Reinhard, presidente
mundial da agência DDB:
- Se nós olhássemos para os
EUA como uma marca, diríamos que chegou o momento de
relançar a marca.
O céu é o limite
O filme de Michael Moore
contra George W. Bush, "Fahrenheit 9/11", "fez história" com a
maior bilheteria americana para
um documentário, segundo o
"NYT". Do polêmico produtor
Harvey Weinstein:
- Foi muito além da expectativa de qualquer um. Tenho que
dizer que o céu é o limite para este filme. Quem sabe em que território estamos entrando?
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