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FINANÇAS ESTADUAIS
Governo tem prazo até maio de 2005 para se adequar
Dívida de Alckmin supera limite fixado pelo Senado
GUILHERME BAHIA
DA REDAÇÃO
Com o tucano Geraldo Alckmin
no comando do governo de São
Paulo, a dívida paulista subiu 60%
e está acima do limite de endividamento estabelecido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
São Paulo tem até maio de 2005
para se adequar ao limite. Caso
não o faça, ficará proibido de contrair novos empréstimos.
A dívida paulista -a maior entre todos os Estados- está em R$
100,7 bilhões. Quando Alckmin
assumiu interinamente, em janeiro de 2001 (após a internação de
Mário Covas), o montante era de
R$ 62,8 bilhões. Com a morte de
Covas, em março daquele ano,
Alckmin foi confirmado no cargo
de governador, para o qual foi
reeleito em 2002.
Atualmente, a dívida consolidada líquida (total da dívida menos
dinheiro em caixa e aplicações)
representa 226% da receita corrente líquida (receita menos
transferências para municípios).
Desde o final do ano passado, essa
relação deveria estar em 225,2%,
segundo o cronograma fixado pelo Senado. O excesso de 0,8 ponto
percentual vale R$ 356 milhões.
De acordo com o secretário da
Fazenda de Alckmin, Eduardo
Guardia, a adequação ou não ao
limite até maio de 2005 vai depender da evolução da inflação medida pelo IGP-DI. Esse índice, que
corrige a maior parte da dívida,
foi o maior responsável pelos 60%
de aumento ocorrido com Alckmin. Do começo de 2001 até abril
deste ano, ele subiu 56,3%.
Segundo Guardia, o Estado vem
pagando em dia as prestações da
sua dívida com a União, que representa 89% de tudo o que São
Paulo deve. Caso a inflação suba
muito até maio, o governo poderá
ficar acima do limite mesmo que
pague seus débitos em dia. Nesse
caso, diz o secretário, o limite deveria ser rediscutido.
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT) também mencionou
essa possibilidade na semana passada. "Quando chegar maio, isso
vai ter de ser repensado, porque a
cidade não pode parar", disse ela.
Outros Estados
Assim como a prefeitura e o Estado de São Paulo, outros Estados
têm dificuldades para se adequar
à Lei de Responsabilidade Fiscal.
É possível que o Senado prorrogue a suspensão da vigência do limite, como já fez no ano passado.
A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que os limites de endividamento sejam submetidos à Casa. Em 2001, o Senado decidiu que
a relação dívida/receita deve cair
para 200% -no caso dos Estados- ou 120% -no caso dos
municípios- até 2017. Aquilo
que no final de 2002 excedia esse
teto deve ser reduzido paulatinamente ao ritmo de 1/15 por ano.
No caso de São Paulo, a dívida
consolidada líquida fechou aquele ano em 227% da receita. Os
27% de excesso precisam, portanto, ser reduzidos em 1,8 ponto
percentual a cada ano.
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