São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

A Saigon de Alckmin

A desistência do PSDB baiano em lançar candidato ao governo está longe de significar o fim da guerra entre tucanos e pefelistas no Estado. Para recuar, o líder tucano na Câmara, Jutahy Júnior, fez duas exigências: 1) Geraldo Alckmin terá de se dividir entre os dois partidos quando for à Bahia, a despeito da exclusividade exigida por ACM; 2) o PFL não poderá usar seu tempo de TV para atacar o candidato do PSDB ao Senado, Antonio Imbassahy, sob pena de revide.
Jutahy já recebeu aval de Alckmin e da cúpula tucana. Antes, certificou-se da impossibilidade jurídica de intervenção nacional. Nada indica que os carlistas abaixarão a cabeça. O principal colégio eleitoral do Nordeste ainda é terreno minado para Alckmin.

Em ata. Para deixar claros os termos do acordo com a cúpula nacional, Jutahy Júnior fez questão de relatar, na convenção de ontem, com quais dirigentes conversou, em que horários e o que disseram.

Piada pronta. O apelido do vereador José Carlos Fernandes, que o PSDB queria emplacar como candidato ao governo baiano, é "Zé Calamidade". "Calamidade é o que viraria a vida do Alckmin caso eles insistissem nesse laranja", ameaça um pefelista.

Chapéu alheio. Em visita que fará hoje a São Paulo, o presidente Lula vai inaugurar um centro de oncologia no HC que custou R$ 7 mi aos cofres estaduais e nenhum tostão ao governo federal.

Insistência. O PSDB do DF faz hoje a convenção para homologar a chapa Abadia-Maurício Corrêa. Mas a cúpula nacional tucana daria última cartada na noite de ontem: conversar com Joaquim Roriz para tentar acordo em torno de José Roberto Arruda.

Otimismo. Na passagem por Brasília, Alckmin recebeu boas notícias. Pesquisas indicam que, depois da convenção do PFL local, o tucano subiu cerca de 8 pontos no DF. A diferença entre ele e Lula caiu de 17 para 7 pontos.

Curto e grosso. Ao deixar reunião do PMDB e do PT mineiros com Lula em Contagem, o ex-governador Newton Cardoso foi lembrando de que já fora tachado de "corrupto" por petistas. Ele respondeu: "Também falaram que no PT tem corrupção".

Eu, não. Beto Mansur recusou o convite de Orestes Quércia para ser vice em sua chapa na disputa pelo governo paulista. O PP vê "90%" de chances de fechar acordo.

Neutro. Na conversa que teve com a bancada ruralista ontem, Roberto Rodrigues disse que defenderá suas ações na Agricultura, mas não pretende subir em palanque. "Não sou filiado a partido."

Quarentena. O ex-ministro tem convites para dirigir a Abag (Associação Brasileira de Agribusiness) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), além de proposta para lecionar nos EUA.

Cipoal. O material enviado pelo Ministério Público à CPI dos Sanguessugas tem 36 CDs, com oito horas cada um. Parlamentares avaliam que será impossível ouvir tudo.

W.O. As ausências mais sentidas nas primeiras reuniões da CPI foram dos titulares e suplentes da bancada do PP, um dos partidos mais enrolados nas denúncias de fraude.

Highlander. Do senador Pedro Simon (PMDB-RS) sobre a disputa acirrada pela suplência em sua chapa à reeleição: ""Como tenho 76 anos, todos querem ser meu suplente pois pensam que vou morrer cedo. Estão enganados. O suplente ficará me vendo trabalhar. Ainda viverei muito".

Zen. "Me inclua fora dessa", diz Moreira Franco (PMDB-RJ) sobre a especulação de que estaria cotado para virar ministro da Saúde. O deputado, ex-defensor da candidatura própria, acaba de se inscrever em curso de meditação.

Tiroteio

O ministro saiu porque deixou de ser conveniente para Lula. O governo vai aparelhar a Agricultura e usar a pasta para ampliar a base de apoio num eventual segundo mandato.


Do deputado RONALDO CAIADO (PFL-GO), da bancada ruralista, sobre a saída do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

Contraponto

Cada um na sua

Na convenção do PMDB do Paraná, no fim de semana passado, o candidato à reeleição no Estado, Roberto Requião, atacava de mestre de cerimônias e chamava várias autoridades presentes na festa para discursar.
Até Regina, mulher do vice-governador, Orlando Pessuti, foi convidada a subir no palco e dar seu recado aos convencionais do partido.
Tentando mostrar simpatia, ela pegou o microfone, mas tratou de se livrar rápido da tarefa:
-Lá em casa quem fala é o Orlando, mas quem manda sou eu. Então, Pessuti, venha aqui falar.


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