São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Para competir

A TV digital sai hoje, o monopólio na Copa continua, mas a atenção no universo restrito da indústria da TV já se volta para o próximo combate. Na coluna "Outro Canal", de Daniel Castro, sábado, "Telefônica entra no mercado de TV paga". Na segunda, o site Pay-TV avançou mais, "Telefônica vai lançar DTH no Brasil". DTH é o jargão da área para a TV paga por satélite.
E assim, mal foi aprovado em Brasília o monopólio de Rupert Murdoch e seus associados no satélite, com a fusão entre a Sky e a DirecTV, e ele já foi rompido.

A história, registre-se, vem da semana passada no site setorizado Convergência Latina, com o anúncio dos planos da empresa espanhola para a região toda, a partir do Chile.
Para o Pay-TV, o projeto "é clara reação ao avanço das operadoras de cabo, sobretudo a Net, que representa [para a Telefônica] forte competição em banda larga e voz".
De sua parte, a Net já respondeu para o mesmo site, através de seu presidente:
- Espero que eles venham para competir -e não para acabar com a competição.
É que em banda larga e voz a concorrência entre os dois grupos "tem sido agressiva".
 
Na avaliação da "Outro Canal", "trata-se de boa notícia para o usuário de TV paga via satélite".

SUBMISSÃO

idgnow.uol.com.br/Reprodução
O QUE MUDA Sites de tecnologia como IDG Now, no UOL, se dedicam a detalhar "quando começa", "quanto custa ", "minha antena de TV vai para o lixo?" e outras dúvidas da TV digital

Lula não vai anunciar o padrão para a TV digital, hoje no palácio, finalmente, sem ouvir críticas pela esquerda.
Na manchete do site da Agência Carta Maior, ontem, "entidades criticam submissão do governo aos interesses empresariais". Organizações como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e o Congresso Brasileiro de Cinema vêem "ambigüidade", "postura autoritária", "açodamento", "perda de oportunidade histórica" etc.

QUALQUER PESSOA

De sua parte, os "interesses empresariais" olham para a frente, com o detalhamento do decreto de transição nos sites setorizados e as inevitáveis pressões de última hora.
No site TeleSíntese, manchete para o alarme de Steve Solot, da Motion Picture Association, MPA, representante de Hollywood para a América Latina, com o enunciado "Proteção de conteúdo, questão para a TV digital". É que "a transmissão não-codificada permite fácil redistribuição do conteúdo televisivo pela internet". E isso, avisa o texto, "torna qualquer pessoa uma verdadeira emissora".

POR QUE SAIU
Saiu o ministro da Agricultura e a especulação sobre as razões ocupou o dia todo. No fim da tarde, na Folha Online, o pefelista Ronaldo Caiado espalhava que a bancada ruralista havia "sugerido" a Roberto Rodrigues que saísse.
Franklin Martins, no "Jornal da Band", e Míriam Leitão, em seu blog, registraram essa mesma razão, "cobrança de setores do agronegócio" -a três meses da eleição.

GOVERNO ÁGIL
Mas até que demorou, observaram muitos, apontando o ministro "ensanduichado" entre Lula e os fazendeiros.
No blog de tecnologia da "Carta Capital", um dia antes, a notícia de que, no Timor Leste, o ministro do exterior pediu demissão e o primeiro-ministro aceitou, ambos por SMS ou, na gíria, "torpedo":
- Isso sim é governo ágil.

GIL, O MAGNÍFICO
Com Aracruz, com Creative Commons, com Larry Rohter: Gilberto Gil está em tudo.
O "Guardian", ontem, derramou-se em elogios ao show do "ministro da Cultura" no Barbican, em Londres, que "levantou o público" e foi ao limite quando Gil anunciou o aniversário e cantou "When I'm 64". Fechando a crítica:
- O ministro foi magnífico.

MINHA MULHER
Thomas L. Friedman, do "NYT", escreve da Amazônia contra "os planos de líderes da América do Sul de integrar sua infra-estrutura", caso da Interoceânica que vai do "Atlântico no Brasil ao Pacífico no Peru", quase pronta.
Segundo entidades como a Conservation International, CI, isso vai "degradar uma das últimas áreas tropicais" etc. Mas então o colunista avisa:
- Minha mulher é da CI.


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@ - Nelson de Sá


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