São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007 |
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Painel RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br Que se lixe
Ao vetar o nome de mais um relator para seu processo -desta vez, Renato Casagrande (PSB-ES), que,
embora da base aliada, não lhe pareceu suficientemente servil-, Renan Calheiros (PMDB-AL) dobrou
a aposta num impasse que o mantenha vivo até o recesso parlamentar e ampliou a distância que o separa
de um grupo crescente de colegas receosos de naufragar junto com o presidente da Casa. "Estávamos à
procura de uma solução para o Senado", diz um cardeal governista não apenas sobre Casagrande mas
também sobre a tentativa, abortada na véspera, de
emplacar a dupla Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Aloizio Mercadante (PT-SP) no Conselho de Ética. "Mas o
Renan só está interessado em uma solução para ele." Test-drive. Na manhã de ontem, Ideli Salvatti (PT-SC) recebeu a missão de descobrir como Casagrande, anunciado relator na noite anterior, pretendia conduzir o processo. Como não gostou do que ouviu, saiu da conversa ressuscitando a idéia de "comissão tríplice" para cuidar do caso. Treme-treme. Do desconvidado Casagrande, o relator que foi sem nunca ter sido: "Ou esse conselho se ajusta, ou vai cair antes do Renan". Qualquer negócio. Uma saída discutida pela tropa de Renan é colocar Inácio Arruda (PC do B-CE) no Conselho de Ética e em seguida indicá-lo para a relatoria. O senador novato é um divulgador da criativa tese segundo a qual as denúncias contra o presidente da Casa são uma manobra para enfraquecer Lula.
À distância. Seguranças
do Senado impediram ontem
que jornalistas entrassem no
cafezinho da Casa, ao qual a
imprensa normalmente tem
acesso. A ordem foi atribuída
a Joaquim Roriz (PMDB-DF),
que não queria ser incomodado com perguntas sobre a revelação de conversas telefônicas em que parece negociar a
partilha de R$ 2 milhões.
Coube a Heráclito Fortes
(DEM-PI) liberar a entrada. Nosso líder. Ironizado pelos poucos senadores que o assistiram, o discurso de Roriz ganhou elogios das funcionárias do cafezinho da Câmara, que pararam para acompanhá-lo. "Votei nele várias vezes e vou votar para sempre", declarou uma delas. A claque levada pelo peemedebista abordava os senadores aos gritos de "Roriz é nosso pai". Cereja do bolo. Mais uma da fase exuberante do Senado. Diante da desistência de Sérgio Guerra (PSDB-PE) em relatar a indicação do encrencado Luiz Pagot para a superintendência do Dnit, foi escolhido Jayme Campos (DEM-MT). Candidato e relator não são apenas conterrâneos: Pagot é nada menos que o primeiro suplente de Campos. Megafone. À frente do barulhento grupo que gritava sem cessar "não" para derrubar o voto em listas partidárias no plenário anteontem, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) enviou um e-mail aos colegas parabenizando-os pela vitória. Assinou a mensagem como "Maioria silenciosa".
Resgate. Acusado pela Polícia Federal de receber propina no esquema da empreiteira Gautama, o governador
Jackson Lago (PDT) recebeu
a visita de quatro ministros de
Lula nos últimos dez dias. O
apoio moral não pára por aí:
na semana que vem, o titular
da Justiça, Tarso Genro, desembarca no Maranhão.
Contraponto
Tião Viana (AC) e Heloísa Helena (AL) encontraram-se
ontem na manifestação do PSOL, partido da ex-senadora,
em defesa de providências contra os escândalos da vez. O
senador petista, que manteve bom relacionamento com
Heloísa mesmo depois de sua expulsão do partido, em
2003, convidou-a para um café em seu gabinete. |
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