São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007

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PSOL pede a abertura de processo contra Roriz; "onde tem vaca é perigoso", diz Tuma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Horas antes de o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) subir à tribuna para se defender, o PSOL protocolou no Senado representação pedindo abertura de processo no Conselho de Ética para investigar se ele quebrou o decoro parlamentar.
À tarde, após se reunir com o procurador-geral do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), disse que os documentos da defesa de Roriz são "insuficientes". "Ele não explica a discussão sobre o dinheiro, não explica sobre não querer receber o carro-forte em sua casa ou sobre quem eram as pessoas envolvidas."
Tuma disse que sua reunião com o procurador-geral serviu para ter "uma visão mais ampla de que há uma coisa grave". "Onde tem vaca é perigoso", complementou o corregedor.
A presidente do PSOL, Heloísa Helena, disse que "são denúncias gravíssimas" contra Roriz. Agora, caberá à Mesa Diretora do Senado decidir pela abertura ou não de processo, encaminhando o pedido do partido ao Conselho de Ética.
Se o caso chegar ao conselho, caberá ao presidente recém-eleito, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), do mesmo partido de Roriz, indicar um relator.
Pesa contra Roriz uma predisposição por apurar as denúncias por parte de Tuma, aliado do governador José Roberto Arruda (DF), adversário político de Roriz. Também há a avaliação de que uma cassação poderia minimizar a pecha de corporativista do Senado. Roriz tem só quatro meses de Casa e não possui muitos aliados.
O PSOL pede que o Conselho de Ética ouça alguns dos principais nomes envolvidos na denúncia contra Roriz.
No início da tarde, um grupo de 40 pessoas e sete parlamentares liderados pelo PSOL protestou em frente ao Congresso. Foi lançado um abaixo-assinado exigindo "investigações sérias e punições para os que mentem". O ato foi marcado pelo bom humor.
Todos cantaram a música "Boi Voador Não pode", de Chico Buarque, numa alusão ao rebanho que Renan diz ter, e à bezerra que Roriz diz ter comprado. Deputados tentaram entrar no Congresso com uma fantasia de bezerra, mas alegam ter sido barrados pela segurança. "Estamos tentando um habeas corpus para a bezerra", ironizou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).


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