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PSOL pede a abertura de processo contra Roriz; "onde tem vaca é perigoso", diz Tuma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Horas antes de o senador
Joaquim Roriz (PMDB-DF) subir à tribuna para se defender, o
PSOL protocolou no Senado
representação pedindo abertura de processo no Conselho de
Ética para investigar se ele quebrou o decoro parlamentar.
À tarde, após se reunir com o
procurador-geral do Distrito
Federal, Leonardo Bandarra, o
corregedor do Senado, Romeu
Tuma (DEM-SP), disse que os
documentos da defesa de Roriz
são "insuficientes". "Ele não
explica a discussão sobre o dinheiro, não explica sobre não
querer receber o carro-forte
em sua casa ou sobre quem
eram as pessoas envolvidas."
Tuma disse que sua reunião
com o procurador-geral serviu
para ter "uma visão mais ampla
de que há uma coisa grave".
"Onde tem vaca é perigoso",
complementou o corregedor.
A presidente do PSOL, Heloísa Helena, disse que "são denúncias gravíssimas" contra
Roriz. Agora, caberá à Mesa Diretora do Senado decidir pela
abertura ou não de processo,
encaminhando o pedido do
partido ao Conselho de Ética.
Se o caso chegar ao conselho,
caberá ao presidente recém-eleito, Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), do mesmo partido de Roriz, indicar um relator.
Pesa contra Roriz uma predisposição por apurar as denúncias por parte de Tuma,
aliado do governador José Roberto Arruda (DF), adversário
político de Roriz. Também há a
avaliação de que uma cassação
poderia minimizar a pecha de
corporativista do Senado. Roriz
tem só quatro meses de Casa e
não possui muitos aliados.
O PSOL pede que o Conselho
de Ética ouça alguns dos principais nomes envolvidos na denúncia contra Roriz.
No início da tarde, um grupo
de 40 pessoas e sete parlamentares liderados pelo PSOL protestou em frente ao Congresso.
Foi lançado um abaixo-assinado exigindo "investigações sérias e punições para os que
mentem". O ato foi marcado
pelo bom humor.
Todos cantaram a música
"Boi Voador Não pode", de Chico Buarque, numa alusão ao rebanho que Renan diz ter, e à bezerra que Roriz diz ter comprado. Deputados tentaram entrar
no Congresso com uma fantasia de bezerra, mas alegam ter
sido barrados pela segurança.
"Estamos tentando um habeas
corpus para a bezerra", ironizou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).
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