São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br Livre escolha

A demora na escolha do sucessor do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, gerou uma nova expectativa no Ministério Público Federal, além das apostas sobre qual é o nome preferido do presidente Lula. O escolhido ainda terá que ser sabatinado no Senado e há dúvidas no MPF se, no período de interinidade, a subprocuradora-geral Deborah Duprat, 50, cuidará só de questões administrativas.
Deborah tem perfil progressista, coordena a câmara de populações indígenas e minorias étnicas. Marcará sua passagem se tocar o processo de reconhecimento da união estável entre casais homossexuais, que aguarda o parecer da PGR desde meados de 2008.




Torcidas. Tarso Genro e Márcio Thomaz Bastos estão em lados opostos na indicação do novo procurador-geral da República. O ministro da Justiça defende Roberto Gurgel; seu antecessor, Wagner Gonçalves. Lula deve definir o nome a qualquer momento. Antonio Fernando Souza deixa o cargo hoje.

Ruído. Lula havia recebido a informação de que Cezar Peluso, próximo presidente do STF, teria preferência por Wagner Gonçalves. Soube depois que o favorito do ministro, bem como da maioria da Corte, é Roberto Gurgel.

Fatal. De um cardeal do DEM, partido de cujo apoio depende o presidente do Senado: "Disputar novamente esse cargo foi o maior erro político da vida do Sarney".

Capitanias... Disponível no Portal da Transparência, a lista de cargos de confiança do Senado traz sobrenomes ilustres. Humberto Coutinho de Lucena Júnior, filho do ex-presidente da Casa Humberto Lucena, está lotado no serviço de Apoio às Comissões. A filha, Lisle Heusi de Lucena, fica na presidência.

...hereditárias. Já o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) acolheu em seu gabinete Silvia Ligia Suassuna de Vasconcelos, sobrinha do ex-senador Ney Suassuna. E Mauro Fecury (PMDB-MA) deu vaga de assessor para Luis Carlos Bello Parga Júnior, filho do senador Bello Parga, morto em 2008.

No encalço. Lula acertou para breve uma conversa com o governador Roberto Requião (PMDB) para tratar de 2010. O presidente quer um termômetro sobre a tentativa de fechar uma chapa com os nomes de Osmar Dias (PDT) para o governo do Paraná e de Requião e Gleisi Hoffmann (PT) para o Senado.

Timing. Lideranças gaúchas do PMDB divergem sobre a melhor hora para desembarcar da administração Yeda Crusius (PSDB). Uma ala defende agosto. Outra quer esperar até dezembro. Como o PMDB terá candidato próprio ao governo, o divórcio só não se concretizará se a desgastada tucana decidir abdicar da reeleição.

Pacote. O líder do PMDB na Câmara Federal, Henrique Alves, se esforça para atrair o primo e correligionário Garibaldi à aliança lulista em 2010, mas o DEM tem uma oferta melhor: além de apoiar a reeleição de Garibaldi, pode abrir vaga para o pai do senador, Aloizio Alves. Ele é suplente da "demo" Rosalba Ciarlini, candidata ao governo do Rio Grande do Norte.

Holofote. O PSDB vai comemorar no plenário do Senado os 15 anos do Plano Real. Será uma sessão solene, em 7 de julho. O primeiro time do tucanato estará presente.

Lipo. Sérgio Carneiro (PT-BA) apresenta nesta semana na CCJ da Câmara substitutivo à emenda que enxuga a Constituição. Embora menos drástico que a proposta de Régis de Oliveira (PSC-SP), segundo a qual a Carta passaria de 250 para 64 artigos, seu parecer pode gerar polêmica ao retirar do texto temas tributários e de segurança pública.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Todo esse jogo de ameaça de investigar o governo passado sugere um ditado popular: quem mais deve, mais teme."


De ARTHUR VIRGÍLIO , líder do PSDB no Senado, sobre entrevista em que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ao tratar da CPI, criticou a mídia e disse que "nós não atacamos ninguém ainda".

Contraponto

Não na frente das crianças

A Câmara discutia no ano passado o aumento do salário mínimo quando o PSOL foi chamado a orientar a votação de sua pequena bancada. Chico Alencar iniciou um discurso de protesto, até notar a presença de Luciana Genro:
-Perdão! Minha líder estava aqui e não tinha visto. Tão bonita, tão exuberante! Por favor, "ladies first"...
Ninguém entendeu, mas Alencar prosseguiu:
-Desculpe Luciana, eu a procurei no lugar errado. Isso acontece frequentemente em minha vida...
A esta altura, o então presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), resolveu interromper:
-Sem confissões aqui, Chico. Vamos em frente!


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