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Ex-assessor de Sarney Filho foi da Sarcris
Filial no Maranhão da empresa do neto de Sarney chegou a ter como gerente um ex-funcionário do gabinete do deputado
Funcionária entrega lista de
clientes como o INSS, mas afirma que a empresa não trabalha mais com órgãos federais e estaduais do MA
HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)
A Sarcris Consultoria, que
opera crédito consignado no
Senado, tem um braço em São
Luís, no Maranhão, berço político da família Sarney, que retomou em abril o governo do Estado. Na capital maranhense, a
empresa chegou a ter como gerente um ex-funcionário do gabinete do deputado Sarney Filho (PV-MA).
Sócio da Sarcris, José Adriano Sarney é filho do deputado e
neto do presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP).
Com matriz em Brasília, a
empresa atua no Senado desde
2007, quando foi criada, na intermediação de empréstimos
com desconto em folha para
servidores, um negócio milionário que está sob investigação
da Polícia Federal e é um dos
pivôs da crise na Casa. A atuação da Sarcris no Senado foi revelada na semana passada pelo
jornal "O Estado de S. Paulo".
Em São Luís, a filial da empresa funciona discretamente
em uma sala no centro da cidade, no terceiro andar do Edifício Colonial.
Assessor parlamentar de Sarney Filho até 2008, Fausto Rabelo Cosendey trabalhou como
gerente administrativo da empresa na capital maranhense.
Após a notícia de que seu filho operava crédito consignado
no Senado, Sarney Filho disse
existir "uma campanha orquestrada para atingir o presidente
José Sarney" e negou favorecimento ao seu filho. "Meu filho é
uma pessoa séria, estudiosa,
morou oito anos no exterior,
nunca me fez um pedido de
qualquer ordem."
Via assessoria, o deputado
afirmou à Folha que, depois de
deixar seu gabinete, Cosendey
foi para o Maranhão. Do currículo de Cosendey consta que
ele era assessor parlamentar de
novembro de 2004 a março de
2008 no gabinete do deputado
em Brasília e, no mês seguinte,
passou a ser empregado da Sarcris até janeiro deste ano.
Na sexta-feira, Cosendey disse que, na verdade, só trabalhou três meses na empresa, a
partir de novembro passado,
porque estava desempregado.
Logo depois voltou a Brasília.
Ele diz que sua família mora no
Maranhão e, por isso, procurou
emprego em São Luís.
Uma funcionária da Sarcris
na capital maranhense entregou à reportagem da Folha um
folder com a lista de órgãos que
seriam clientes da empresa, como INSS (Instituto Nacional
de Seguro Social), Forças Armadas, Tribunal de Justiça do
Maranhão, Tribunal Regional
Eleitoral, Justiça Federal, Procuradoria Geral de Justiça, Assembleia Legislativa, Infraero e
Correios.
Durante a conversa, a atendente disse, porém, que a empresa não atende órgãos federais. Em um contato posterior,
por telefone, ela afirmou que a
Sarcris também deixou de trabalhar há seis meses com o governo do Estado, cuja titular,
Roseana Sarney (PMDB), tomou posse em abril com a cassação de seu adversário Jackson Lago (PDT).
A assessoria de Sarney Filho
informou que não era possível
falar com José Adriano, que estaria em local de difícil comunicação.
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