São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999 |
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PAINEL Bico comprido A reforma ministerial poderá finalmente transformar o Desenvolvimento no superministério dos sonhos do PSDB. Seria uma agência de fomento. Além do BNDES, também comandaria diretorias do Banco do Brasil. Confusão danada O PSDB quer mandar efetivamente no BNDES. O banco é vinculado ao Desenvolvimento. Mas seu presidente, Pio Borges, responde mais à Fazenda, cuja política os tucanos combatem. Difícil é mudar: FHC gosta e elogia o trabalho de Borges. Adubando o quintal Interessa ao PSDB uma reforma ministerial o mais ampla possível. Quem fala em reforma pontual é ACM, satisfeito com os espaços que o PFL já controla. Uma bela salada O PFL, a esquerda do PT, o PSTU e o PPS juntaram-se para, no 46º congresso da UNE, a partir de amanhã, em Belo Horizonte (MG), exigir eleição direta para a direção da entidade. Reação dos padrinhos De Paulo Maluf, sobre a cassação do vereador paulistano Vicente Viscome: "A decisão da Câmara foi justa e soberana". E a reação do prefeito Celso Pitta: "Diante das provas apresentadas, confirma as expectativas". Violência contra a mulher O Conselho Estadual da Condição Feminina pediu à secretaria paulista de Segurança Pública um posto de referência do IML. Em maio último, 4.736 mulheres sofreram lesões, e 136, estupro. Piloto automático Carlos Menem está irreconhecível na Cimeira do Rio. O presidente argentino não briga por espaço. Até parece que atua em nome dos EUA, interessados no fracasso do encontro. Pode até sair O prefeito Pitta fortaleceu ontem o secretário de Emprego, Fernando Salgado, a quem o secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg, não queria entregar as verbas para as frentes de trabalho paulistanas. Sinuca de bico O Senado está com uma batata quente na mão: não tem como vetar a resolução pela qual mandou a União assumir a dívida dos títulos emitidos ilegalmente para pagar precatórios. Mas não pode deixar tudo como está, pois quebraria o Banco do Brasil. Alerta ignorado O tucano Paulo Hartung advertiu a Fazenda que o Senado iria botar na conta da viúva a dívida dos precatórios ilegais. O ministério resolveu avalizar a operação. Só não se deu conta de que a resolução do Senado representava rombo de R$ 5,5 bi nas contas do BB. Material explosivo Está por um fio a diretoria de participações e desmobilizações que FHC prometeu criar na Petrobrás para o PMDB. Tourinho (Minas e Energia) e o presidente da empresa, Phillippe Reichstul, vetam. Esse foi um dos problemas que levaram os peemedebistas a criar a CPI dos Bancos. Rastreando o estrago Especialistas em Internet atribuem a um provedor japonês, com a cumplicidade de um hacker de Campinas (SP), a queda da rede há oito dias em BH. Itamar é dessa vez inocente. Econômicos e perdulários Dados do BNDES: é o Piauí (7,2%) que gasta a maior parte do orçamento com o Legislativo; São Paulo (1,2%) gasta menos. Com o Judiciário, gasta mais o Espírito Santo (11,6%), e, menos o Rio Grande do Norte (3,4%). Excesso de zelo A PF extrapolou na segurança da Cimeira do Rio. Um agente quis revistar os presentes de FHC aos outros governantes. E por pouco não agrediu o diplomata do Itamaraty que se recusava a entregar os pacotes. Um peso, duas medidas Quando Pernambuco declarou que não não honraria títulos ilegais emitidos, o Banco Central agiu rápido e decretou a inadimplência do Estado. Mas fez vista grossa quando a Prefeitura de São Paulo deu um calote de R$ 700 mi no Banco do Brasil. TIROTEIO Do senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), sobre a movimentação autofágica por cargos entre os partidos aliados do Planalto: - Os desentendimentos e as disputas pessoais paralisam a administração. Os partidos políticos precisam ter a grandeza de deixar o presidente livre para reorganizar o governo na reforma ministerial. CONTRAPONTO O poliglota trapalhão FHC orgulha-se de falar fluentemente alguns idiomas estrangeiros. Ontem mesmo, pediu num alemão quase perfeito que se fizesse a próxima pergunta na entrevista coletiva que deu ao lado do chanceler Schroeder. Mas o excesso de segurança já gerou dois episódios incômodos durante a Cimeira do Rio. O primeiro deles foi no domingo à noite, durante coletiva com o presidente da França. Um jornalista fez para Jacques Chirac uma pergunta num francês gramaticalmente correto. - Vou responder ao jornalista brasileiro, disse Chirac. - Mas ele é francês, tentou corrigir FHC. - Sou brasileiro, presidente, assinalou o jornalista. Ontem, em outra entrevista, a representante de um jornal paraguaio dirigiu-se a FHC num português impecável. - Fico feliz com seu bom o português, elogiou. Pudera! Era uma brasileira. Próximo Texto: Reforma não tira ministros da BA do cargo, afirma ACM Índice |
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