São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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GOVERNO
Senador diz, porém, que mudança no ministério é problema de FHC
Reforma não tira ministros da BA do cargo, afirma ACM

da Agência Folha, em Salvador

da Sucursal de Brasília

Em um discurso de improviso, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que os dois ministros baianos (Waldeck Ornélas, Previdência, e Rodolpho Tourinho, Minas e Energia) vão permanecer nos cargos, mesmo que haja uma reforma ministerial. Ambos foram indicados pelo senador.
"Falam em reforma ministerial e eu fico absolutamente tranquilo porque os ministros baianos são tão bons que não há reforma nenhuma que os tirem dos cargos", disse o senador em Salvador.
Depois do discurso que fez em cerimônia na capital baiana, ACM concedeu rápida entrevista e negou a existência de ministros "intocáveis".
"O presidente pode tirar, mas não vai mudar os que são competentes", disse ACM, que citou como ""competentes", além dos baianos, José Serra (Saúde) e Paulo Renato Souza (Educação).
O presidente do Senado acrescentou que uma eventual reforma ministerial não vai mudar o equilíbrio entre os partidos.
Sem citar nomes, Antonio Carlos Magalhães disse também que a política de desconcentração industrial que o presidente Fernando Henrique Cardoso quer implantar no país "não está sendo tão rápida porque existem entraves causados por outras regiões".
ACM negou ter feito um discurso de candidato a presidente. "Fiz um discurso baiano. Sou candidato à reeleição no Senado."
No final da tarde, já em Brasília, o senador voltou a falar sobre reforma ministerial.
"Eu não me preocupo com reforma ministerial. Quem fez os ministros e sabe que eles são competentes não se preocupa com reforma ministerial", afirmou.
"Existem em todos os partidos pessoas competentes, e os partidos não devem se preocupar", disse.
"Reforma ministerial é uma prerrogativa exclusiva do presidente. Quem acha é o presidente. Como presidente do Congresso, eu até não devo achar necessária ou não. Por isso mesmo, não quero falar", afirmou ACM.

Ciro Gomes
O senador disse que o candidato derrotado a presidente da República Ciro Gomes (PPS-CE) é "um homem estranho". Segundo o senador, muitas vezes Gomes o procurou em seu gabinete no Senado.
"Sempre teve comigo um relacionamento muito bom. Agora está procurando uma briga com fatos inverídicos", afirmou o senador baiano.
Em entrevista publicada ontem pela Folha, Ciro Gomes disse que ACM "é sujo que só pau de galinheiro".
Para ACM, "se ele quer luta, precisa explicar primeiro como vive, porque ninguém acredita nesse negócio de R$ 5.000 por conferência. Isso é conversa fiada".
ACM também criticou o Canal do Trabalhador, obra de Ciro em sua passagem pelo governo cearense (1991-94). "É a pior obra já feita no Brasil, sem licitação e sem nenhuma vantagem para o povo."


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