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AMÉRICA LATINA
Proposta norte-americana prevê ação pela democracia
Embaixador dos EUA descarta suposta tese intervencionista
GILSON SCHWARTZ
da Equipe de Articulistas
O embaixador dos EUA na OEA
(Organização dos Estados Americanos), Victor Marrero, negou ontem, em entrevista à Folha, que a
proposta de ação multinacional
em defesa da democracia nas
Américas abra caminho para o intervencionismo norte-americano
na região.
Ele apresentou essa proposta na
última Assembléia Geral da organização, concluída no último dia 8.
A proposta enfrentou forte resistência, que o embaixador confirma, sem declarar quais países estariam resistindo.
Segundo reportagens publicadas
em jornais da Espanha e da Colômbia, onde ocorreu a reunião, os
governos de Chile, Equador, Bolívia, México, Colômbia e Peru teriam feito forte oposição à idéia
dos EUA.
Marrero alega que houve gente
interessada, fora do âmbito da
OEA, em torcer o sentido da proposta, que nada tem de militarista
e visa apenas a criar mecanismos
ágeis de atuação em defesa da democracia, sempre com caráter
multinacional e após solicitação
explícita das partes envolvidas.
Ele cita como exemplo a atuação
do Mercosul em defesa da democracia no Paraguai.
"O objetivo é preservar a democracia por meios pacíficos, é uma
forma de diplomacia preventiva",
afirmou o embaixador, para
quem "não se trata de uma proposta nova, vinda de outro planeta, mas de coisas que são comuns
hoje, na própria região".
O fato de em algumas regiões o
narcotráfico ameaçar os poderes
constituídos é uma razão a mais
para criar mecanismos de defesa,
segundo Marrero.
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