São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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AMÉRICA LATINA
Proposta norte-americana prevê ação pela democracia
Embaixador dos EUA descarta suposta tese intervencionista

GILSON SCHWARTZ
da Equipe de Articulistas


O embaixador dos EUA na OEA (Organização dos Estados Americanos), Victor Marrero, negou ontem, em entrevista à Folha, que a proposta de ação multinacional em defesa da democracia nas Américas abra caminho para o intervencionismo norte-americano na região.
Ele apresentou essa proposta na última Assembléia Geral da organização, concluída no último dia 8.
A proposta enfrentou forte resistência, que o embaixador confirma, sem declarar quais países estariam resistindo.
Segundo reportagens publicadas em jornais da Espanha e da Colômbia, onde ocorreu a reunião, os governos de Chile, Equador, Bolívia, México, Colômbia e Peru teriam feito forte oposição à idéia dos EUA.
Marrero alega que houve gente interessada, fora do âmbito da OEA, em torcer o sentido da proposta, que nada tem de militarista e visa apenas a criar mecanismos ágeis de atuação em defesa da democracia, sempre com caráter multinacional e após solicitação explícita das partes envolvidas.
Ele cita como exemplo a atuação do Mercosul em defesa da democracia no Paraguai.
"O objetivo é preservar a democracia por meios pacíficos, é uma forma de diplomacia preventiva", afirmou o embaixador, para quem "não se trata de uma proposta nova, vinda de outro planeta, mas de coisas que são comuns hoje, na própria região".
O fato de em algumas regiões o narcotráfico ameaçar os poderes constituídos é uma razão a mais para criar mecanismos de defesa, segundo Marrero.


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