|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Advogado cobra ação contra Delúbio
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Em resposta ao pedido de prisão de Marcos Valério apresentado ontem pela CPI dos Correios à
Procuradoria Geral da República,
o advogado de Valério, Marcelo
Leonardo, queixou-se de falta de
ação contra quem pediu e ordenou os empréstimos bancários
feitos pelo seu cliente.
Leonardo se referia ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e ao
ex-presidente do partido José Genoino -segundo Valério, foi para eles que foram feitos vários empréstimos bancários, entre 2003 e
2005, por meio da SMPB e da
DNA, para pagar dívidas de campanha do PT. O advogado disse
que somam R$ 90 milhões as dívidas de Valério com os bancos.
"CPI tem função política, está
no papel dela, mas tiveram a
preocupação de criar esse fato para que todos os jornais hoje [ontem] tivessem como manchete esse pedido de prisão, quando o relevante para o país é apurar a conduta de quem pediu e ordenou e
quem se beneficiou com os fatos."
Advogado criminalista, Leonardo afirmou à Folha que, para a
Justiça, não há "grande preocupação" com a pessoa que funciona
como intermediário dos fatos,
mas, sim, com quem de fato
"mandou e se beneficiou" dos
empréstimos por indicação feita
pela antiga cúpula petista.
Leonardo disse que o pedido da
CPI está baseado em uma suposta
queima de documentos da DNA,
fato que Valério nega. Ele disse
que a conversa gravada pela Polícia Federal com autorização da
Justiça se dá entre o contador
Marco Aurélio Prata e seu irmão,
o ex-policial Marco Túlio Prata,
nada tendo a ver com o seu cliente. "Tem de ter prova de vinculação pessoal. Isso não existe."
Leonardo disse que o pedido de
prisão não se fundamenta porque
Valério "compareceu em todos os
lugares" que foi intimado. Citou a
PF, Polícia Civil, Ministério Público e a própria CPI. Além disso,
disse que tanto a Justiça quanto a
CPI já tem em mãos todos os documentos relativos aos fatos.
"Não vejo nenhuma necessidade de prisão. Existe uma preocupação de manter o Marcos Valério no foco e desviar a atenção de
outras coisas e pessoas", disse,
acrescentando que confia no STF,
que poderá analisar o pedido caso
a procuradoria-geral concordasse
com a CPI, o que não aconteceu
por enquanto. Ontem, o procurador-geral, Antonio Fernando
Souza, descartou, aos membros
da CPI, a possibilidade da prisão
imediata de Valério.
Texto Anterior: Pedido de prisão preventiva de Valério é negado por Jobim Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Hora das provas: Assessor de Luizinho admite saque no Rural Índice
|