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IRREGULARIDADES
Ministério Público abre inquérito sobre caixa dois em Minas Gerais
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais
abriu ontem um inquérito civil
público para investigar um suposto financiamento irregular das
campanhas políticas no Estado
em 1998. A investigação do Ministério Público Estadual quer descobrir quem se beneficiou e se
houve danos ao erário, já que, naquela disputa, o então governador
Eduardo Azeredo (PSDB) tentava
se reeleger.
A Folha apurou que o Ministério Público não citou o nome do
hoje senador Azeredo, presidente
em exercício do PSDB nacional,
na portaria que trata da abertura
do inquérito. Isso porque a Promotoria quer manter no Estado
essa investigação. Como Azeredo
tem foro privilegiado, por ser senador, se seu nome fosse citado a
investigação só poderia ser feita
pelo Supremo Tribunal Federal.
O Ministério Público encaminhou ao governo de Minas requerimento pedindo os contratos de
publicidade mantidos pelo Estado com todas as agências entre janeiro de 1996 a dezembro de 1999
-este o primeiro ano da gestão
do peemedebista Itamar Franco,
que derrotou Azeredo.
Além dos contratos, os promotores pediram ao Executivo estadual o envio de notas fiscais e de
empenho, relações de pagamentos e outros documentos.
A abertura do inquérito se deu
por causa das informações baseadas em documentos recebidos pela CPI dos Correios que tratam de
um suposto esquema de caixa
dois na campanha eleitoral de
Azeredo. Nesse esquema, vários
políticos receberam dinheiro que
alegaram ser para eventos de
campanha do candidato tucano.
Os recursos chegaram a eles por
meio da conta bancária da SMPB,
agência na qual o publicitário
Marcos Valério Fernandes de
Souza é sócio e que atendeu ao governo Azeredo.
(TG, PP E JM)
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