São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/O PRESIDENTE

Ministro nega que presidente tenha liberado verbas do Orçamento e viajado pelo Brasil para conquistar apoio político e popular na crise

Lula rejeita pecha de "chavista", diz Wagner

ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As acusações de setores da oposição de que estaria utilizando o Orçamento para conquistar suporte político e aumentando suas viagens para angariar apoio popular deixaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "indignado". Nos últimos dias, reclamou com ministros de que é chamado de populista e "chavista" (referência ao presidente venezuelano Hugo Chávez).
O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais), que saiu em defesa do presidente, disse ontem que os comentários são "uma especulação indevida e injusta" com Lula. "Qualquer consultor de quinta categoria, se perguntado sobre o que fazer num momento como este, daria, como primeira recomendação, "abre o cofre'".
De acordo com o ministro, o governo continua "com o cofre apertado", sem liberar emendas que não estavam planejadas a parlamentares ou utilizar recursos do governo para permitir gastos além do previsto. "Era mais fácil sair liberando emenda, as relações ficariam mais azeitadas."
E acrescentou: "A agenda do presidente não vai um milímetro a mais nem a menos do que ele sempre fez nestes 31 meses. Ele não está fazendo nada de diferente, nem na economia, nem na relação com a sociedade civil".
Ao comentar as viagens do presidente -que esteve em São Paulo e Rio na semana passada, voltou do Rio Grande do Sul ontem e deve ir ao Nordeste semana que vem-, Wagner afirmou que são agendas marcadas "há meses".

CPI
Jaques Wagner se encontrou na manhã de ontem com o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Discutiram os rumos da CPI.
Sobre a CPI, Wagner disse acreditar que a "maturidade política" tem ajudado a separar "o que é necessidade de apuração de um episódio de corrupção da necessidade do funcionamento normal do país". Segundo Delcídio, a conversa foi sobre a necessidade de uma agenda no Congresso, com apreciação de projetos importantes que estão nas Casas.


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